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‘É mais difícil encontrar sobreviventes’, diz tenente em 4° dia de buscas

Até o momento, Corpo de Bombeiros confirma 60 mortos e 292 desaparecidos em Brumadinho. Israelenses passaram a integrar a operação

Por Da redação
Atualizado em 28 jan 2019, 19h42 - Publicado em 28 jan 2019, 10h16
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  • As buscas por vítimas e sobreviventes do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) entraram no quarto dia nesta segunda-feira, 28. Conforme boletim divulgado pelo Corpo de Bombeiros às 10h40, o número de mortos passou de 58 para 60, dos quais 19 foram identificados, e a quantidade de desaparecidos foi de 305 para 292. Até o momento, 192 pessoas foram resgatadas com vida.

    Representantes do Corpo de Bombeiros ponderam que não há expectativa de encontrar sobreviventes entre os desaparecidos. Militares do Exército de Israel, que chegaram ao Brasil na noite de domingo, integram as buscas a partir de hoje.

    O porta-voz dos bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, declarou na manhã desta segunda que a situação da lama complica os trabalhos. “Após 48 horas de operação, torna-se muito mais difícil encontrar vítimas com vida. Existem relatos de pessoas que conseguem sobreviver em desabamentos, mas não com movimento de massa. A lama funciona como a água, ocupa todos os espaços, e não deixa bolsões de ar, como acontece em desabamentos. Mas até que todos os corpos sejam encontrados, o Corpo de Bombeiros trabalha com a doutrina de buscar por sobreviventes”, explicou Aihara.

    O bombeiro afirmou que os trabalhos durante o domingo aconteceram, sobretudo, em uma casa no limite da mancha de inundação e em um ônibus. Os corpos de três mortos foram retirados da residência, enquanto, no caso do coletivo, as buscas não puderam continuar devido as dificuldades na instalação de equipamentos de iluminação.

    Os trabalhos se reiniciaram às 4 horas desta segunda-feira, 28, já com apoio dos 136 militares israelenses, que chegaram ao país com 16 toneladas de equipamentos na noite do domingo. De acordo com Aihara, a atuação dos militares de Israel será conjunta com a ação dos bombeiros brasileiros e ficará concentrada próxima da área do refeitório da Vale e da pousada.

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    Os bombeiros trabalham com a possibilidade de aumentar o perímetro para as buscas porque a força da lama pode ter deslocado os prédios para frente. Ao todo, são 280 bombeiros militares brasileiros trabalhando nas buscas. 

    Entre os desaparecidos há moradores da cidade e funcionários da Vale. A empresa divulgou no sábado uma lista com esses nomes. Até o momento foram identificadas os corpos das seguintes vítimas:

    1. Adriano Caldeira do Amaral
    2. Carlos Roberto Deusdeti
    3. Daniel Muniz Veloso
    4. David Marlon Gomes Santana
    5. Djener Paulo Las-Casas Melo
    6. Eliandro Batista de Passos
    7. Fabricio Henriques da Silva
    8. Flaviano Fialho
    9. Francis Marques da Silva
    10. Jonatas Lima Nascimento
    11. Leonardo Alves Diniz
    12. Marcelle Porto Cangussu
    13. Marcelo Alves de Oliveira
    14. Maurício Lauro de Lemos
    15. Moisés Moreira Sales
    16. Renato Rodrigues Maia
    17. Robson Máximo Gonçalves
    18. Wellington Campos Rodrigues
    19. Willian Jorge Felizardo Alves
    Vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho – MG
    Daniel Muniz Veloso, Carlos Roberto Deusdeti e Flaviano Fialho (acima); Leonardo Alves Diniz, Jonatas Lima Nascimento e Marcelle Porto Cangussu (abaixo): eles são algumas das vítimas identificadas no desastre em Brumadinho (Fotos/Reprodução)

    Busca por sinal de celular

    Os militares de Israel usarão equipamentos de tecnologia nas buscas que incluem um aparelho que consegue captar sinal de celular embaixo da lama e sonares para identificar vítimas soterradas. 

    “Eles irão nos auxiliar com tecnologia. Os sonares ajudam a detectar a diferença entre a lama e o corpo humano. Os outros equipamentos são capazes de identificar qualquer sinal de celular emitido na profundidade da lama. A identificação não diz respeito ao sigilo telefônico”, disse o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais. 

    De acordo com o tenente Aihara, as opções tecnológicas trazidas pelos israelenses se juntam ao uso de drones, câmeras termais e georreferenciamento.

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