Estas enfermeiras ganharam a internet com o ‘Despacito do parto’
Em poucos dias, o vídeo alcançou mais de 3 milhões de visualizações, 33 mil reações no Facebook e mais de 81 mil compartilhamentos
Mesmo que a música Evidências tenha sido o grande viral da semana passada, o som do momento é outro: Despacito. E, como todo bom “hit”, versões e mais versões da letra dançante começam a brotar nas redes sociais. A que ficou famosa nos últimos dias foi o “Despacito do parto”.
O Grupo Hospitalar Conceição, que atende inteiramente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul, compartilhou um vídeo em que enfermeiras, obstetras – e até gestantes – do Centro Obstétrico do Hospital Nossa Senhora da Conceição fazem uma paródia da música que ficou famosa na voz de Luis Fonsi e Daddy Yankee. Em 4 minutos, elas falam sobre o parto humanizado, como deve funcionar a recepção das gestantes e como deve acontecer o trabalho de parto – devagarinho (tradução literal de despacito).
Em poucos dias, o vídeo alcançou mais de 3 milhões de visualizações, 33 mil reações no Facebook e mais de 81 mil compartilhamentos. O sucesso foi tanto que o perfil do Ministério da Saúde parabenizou o grupo pela rede social.
“Parabéns pela iniciativa de incentivo ao parto normal, Grupo Hospitalar Conceição! Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dar à luz a um bebê é um ato natural. Se tudo estiver bem com mãe e com a criança, o parto é um processo fisiológico que requer pouca intervenção médica. É isso mesmo, DESPACITO! É muito importante ampliar o acesso a informações para que as gestantes possam tomar decisões conscientes dos riscos e vantagens de cada modelo de parto. #PartoNormal”, diz o Ministério.
Duas enfermeiras do Centro Obstétrico estiveram à frente do processo: Jéssica Peralta e Rafaela Domingues. De acordo com elas, o vídeo foi feito antes da inauguração do novo centro, que ocorreu em 10 de julho.
“Quando vi uma gestante dançando com o marido a música Despacito na internet, achei contagiante e resolvi fazer algo com a letra. Levei a ideia para minha chefia e eles aprovaram. Só pediram para termos o cuidado de fazer tudo antes que o centro inaugurasse, para não atrapalhar o trabalho”, diz Rafaela Domingues, enfermeira do Hospital Conceição, ao #VirouViral.
A principal apoiadora do projeto, Jéssica Peralta, ajudou na criação da letra. “A música está em alta e estimula bastante a movimentação, algo que prezamos como alto positivo para a hora do parto. Nos reunimos para escrever a letra e, como o processo de dar à luz é algo do nosso dia a dia, em apenas cinco horas a nossa versão estava pronta”, diz Jéssica. “Além de mostrar que se movimentar é importante, queríamos acalmar as futuras mamães informando que podemos dar muito auxílio neste momento de dor.”
A gravação
Com ajuda de outras colegas de trabalho, inclusive duas gestantes funcionárias do hospital, elas conseguiram montar e ensaiar a coreografia. Só faltava gravar a paródia.
“O processo foi muito rápido. Projetamos tudo em cinco dias para que conseguíssemos filmar no dia 9, um dia antes da inauguração. Um colega de faculdade do meu marido, formado em produção audiovisual, filmou e editou, e a música foi produzida pelo marido de Camila Borba, uma enfermeira que participou da dança. Quem cantou foi a nossa secretária, a primeira gestante que aparece na gravação”, conta Rafaela.
As duas contam que, inicialmente, o vídeo seria exibido nas salas de espera do Centro Obstétrico; o resultado final, no entanto, foi tão surpreendente que a gestora das “dançarinas enfermeiras” resolveu levá-lo até a diretoria do hospital e ao grupo de comunicação – onde foi publicado nas redes sociais.
“Foi um resultado que repercutiu de forma muito positiva. Conseguimos passar nossa mensagem principal de educar e mostrar os métodos recomendados pela OMS”, diz Jéssica.
Rafaela também conta que os ganhos com o vídeo foram tantos que até a diretoria do hospital informou que irá parabenizar oficialmente as “estrelas” do viral. “É importante frisar que aqui é 100% SUS. Tenho muito orgulho de ofertar qualidade no tratamento de pessoas carentes. Elas olham a estrutura e não acreditam que a saúde pública possa oferecer um ambiente bem apresentado e preparado, onde podemos trabalhar com privacidade e ainda oferecer acompanhamento de cromoterapia, aromaterapia e massagens”, diz a enfermeira.