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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O país que produz caixões

De acordo com o IBGE, entre os poucos setores que cresceram está o de fabricação de caixões

Por Thomas Traumann
5 Maio 2020, 19h01

Indicadores econômicos raramente traduzem o momento de um país. Dizer que o PIB brasileiro caiu 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016 não conta a o sofrimento das milhões de famílias que perderam seus empregos, das empresas que fecharam, dos futuros que se perderam. Hoje, no entanto, saiu um dado que retrata o espírito do tempo. De acordo com o IBGE, em março a produção industrial brasileira caiu 9,1%, uma catástrofe quando se sabe que a queda em abril foi ainda pior. Entre os poucos setores que cresceram está a fabricação de caixões (o IBGE não subdivide o percentual de cada produto).

Um país que produz mais caixões e menos comida é um país mais triste. Os dados de cálculo sobre desemprego não estão sendo coletados, mas estima-se em mais de 200 mil demissões no mês de abril. Para os otimistas, o Brasil vai terminar o ano tão pobre quanto em 2011. Para os pessimistas, será como se voltássemos a 2007, desperdiçando 14 anos de riquezas.

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Nesta quarta-feira, 6, o Banco Central deve anunciar um novo corte na taxa Selic, que mesmo estando nos patamares mais baixos da história não consegue incentivar o investimento e o crédito. Em março e abril, a maior parte das empresas decidiu pela suspensão de contratos de trabalho, com corte de salários, para não demitir. Mas só as maiores terão fôlego para aguentar até junho assim.

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Só que é preciso má-fé ou ingenuidade para achar que até junho as coisas estarão bem. Os indicadores mostram que o Brasil chegará a 10 mil mortos por Covid-19 nesta semana. O colapso dos hospitais em Manaus está perto de acontecer em Fortaleza e Recife. No Rio, os hospitais não têm sedativos para dar aos pacientes entubados. Em São Paulo, a curva aponta para o pico ao longo de maio.

Ah, sim, hoje foi divulgado o depoimento do ex-ministro Sergio Moro, que traz pouco de novo sobre as ameaças de interferência do presidente sobre a Polícia Federal. Antes o presidente mandou jornalistas calarem a boca e depois fez um pronunciamento proibindo perguntas. É mais do atoleiro da política de um país onde a única indústria com crescimento garantido é a fabrica de caixões.

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