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Política com Ciência

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A partir do que há de mais novo na Ciência Política, este blog do professor e pesquisador da FGV-RJ analisa as principais notícias da política brasileira. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

2016 está nas mãos de PSD, PP, PDT…

O noticiário político tem sido dominado pela possibilidade de impeachment da presidente, as estratégias do PMDB, o fígado de Eduardo Cunha e as denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra políticos supostamente corruptos. Estamos esquecendo de algo importantíssimo para o que resta de 2015 e 2016: os partidos “médios” na Câmara dos Deputados que […]

Por Sérgio Praça Atualizado em 31 jul 2020, 00h39 - Publicado em 21 ago 2015, 15h46

O noticiário político tem sido dominado pela possibilidade de impeachment da presidente, as estratégias do PMDB, o fígado de Eduardo Cunha e as denúncias do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra políticos supostamente corruptos.

Estamos esquecendo de algo importantíssimo para o que resta de 2015 e 2016: os partidos “médios” na Câmara dos Deputados que ou estão pensando em sair da coalizão de Dilma ou já o fizeram.

Esses partidos são PSD (36 deputados, 2 ministérios), PDT (20 deputados, 1 ministério), PP (38 deputados, 1 ministério), PRB (21 deputados, 1 ministério), PTB (25 deputados, 1 ministério) e PR (34 deputados, 1 ministério).

A maioria deles eram, em 2011, o que a cientista política Andréa Freitas chama de “partidos-satélite”. Trata-se de agremiações que apoiam o governo de modo sistemático, mas não fazem parte, formalmente, da base. São eles que hoje, com ministérios, estão em posição mais vantajosa para negociar. Afinal, podem fazer a diferença para o governo aprovar suas propostas – ou, ao menos, não ser derrotado pelos seguidores de Eduardo Cunha.

Os menos disciplinados em relação ao governo são o PP, PTB e PDT. Nas votações de 2015, apoiaram o governo, respectivamente, 54%, 62% e 63%. Os campeões de apoio, de acordo com o excelente Basômetro do Estadão, são PT (93%), PC do B (88%) e PRB (80%). Os deputados do PMDB votaram com o governo em 71% das vezes.

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O apoio ao governo no plenário é, como se sabe, negociado mediante liberação de emendas orçamentárias e nomeações para cargos de confiança. Mas a permanência na coalizão, de acordo com um estudo da cientista política Cecilia Martinez-Gallardo, pode depender de ao menos dois outros fatores no caso brasileiro

O primeiro é uma mudança concreta do presidente em relação ao que foi prometido nas eleições, o que poderia afetar as chances dos partidos da base em eleições futuras. Não parece ser este o caso que motiva a ameaça de PMDB e outros partidos para sair do governo. Joaquim Levy incomoda muito mais gente dentro do PT do que nos colegas da coalizão.

O segundo fator, este sim o mais relevante hoje, é a popularidade da presidente. Com um dígito de aprovação, ser fiel a Dilma pode custar caro para o PSD, PP etc nas próximas eleições municipais. O peso de ser governo será sentido. Por outro lado, deixar ministérios e cargos de confiança significa ter menos acesso ao estado para usar nas eleições – legal ou ilegalmente.

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Sair do governo e ter menos recursos estatais para as eleições do ano que vem ou permanecer e arcar com o custo de estar ao lado da impopularíssima Dilma? É esta escolha nada fácil que PSD, PDT, PP, PRB, PTB e PR – que juntos têm 174 deputados, pouco mais de um terço da Câmara – terão que fazer nas próximas semanas. Em sua convenção de 15 de Novembro, o PMDB enfrentará, de frente, o mesmo dilema.

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