Standard & Poor’s rebaixa nota dos Estados Unidos
No Globo: A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou no noite nesta sexta-feira a nota de crédito dos Estados Unidos de “AAA” para “AA+”. Segundo fonte ouvida pela rede de televisão ABC, a razão da mudança é a confusão política que marcou o processo de elevação do teto da dívida americana […]
No Globo:
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou no noite nesta sexta-feira a nota de crédito dos Estados Unidos de “AAA” para “AA+”. Segundo fonte ouvida pela rede de televisão ABC, a razão da mudança é a confusão política que marcou o processo de elevação do teto da dívida americana e o temor de que os congressistas não sejam capazes de chegar a um acordo para uma redução mais ampla do déficit. Uma fonte disse à ABC que os republicanos se negam a aceitar qualquer tipo de aumento de impostos como parte de um segundo momento do acordo sobre a dívida e que isso seria uma dos motivos para o rebaixamento.
Um outra fonte disse, também à ABC, que a administração de Barack Obama está se preparando para a redução da nota de sua dívida, mas que “não está 100% certa de que isso vá acontecer”. Também não se sabe quando a S&P anunciaria sua decisão. Consultado pela “CNBC”, um porta-voz da S&P se negou a informar se havia previsão de anunciar o rebaixamento ou de fazer qualquer outra declaração ainda nesta sexta-feira.
A S&P colocou os EUA em perspectiva negativa em 18 de abril, quando informou que poderia rebaixar a nota do país. Em 14 de julho, a agência colocou os EUA em observação, o que significa que havia 50% de chance de que a classificação país fosse rebaixada num prazo de 90 dias. Na semana anterior ao acordo no Congresso, a S&P já indicara que qualquer corte inferior a US$ 4 trilhões, como foi o caso, colocaria em risco o “AAA” da dívida americana.
Rebaixamento previsível
O mercado já trabalhava com uma forte hipótese de rebaixamento. Na terça-feira, quando o Congresso americano finalmente deu o sinal verde para o aumento de até US$ 2,4 trilhões no teto do envidamento americano (que estava em US$ 14,3 trilhões), afastando o risco de moratória, houve um breve alívio. Mas o mercado logo começou a discutir não apenas a sustentabilidade do déficit fiscal dos EUA: também a marcha lenta da economia americana e a possibilidade de uma nova recessão.
Na própria terça-feira, comunicados divulgados por Fitch e Moody’s, outras agências de rating, deram o tom de incerteza. Ambas mantiveram a nota dos EUA, mas ressalvaram que o acordo aprovado aos 45 minutos do segundo tempo foi somente um primeiro passo na busca por um equilíbrio fiscal no longo prazo. Quarto maior detentor de títulos do Tesouro americano, o Brasil ligou o sinal de alerta. O resultado dos dias de incerteza se viu nos mercados financeiros. A semana terminou como a pior para Wall Street desde a crise de 2008.
A Fitch considerou que a elevação do teto da dívida significava um risco de moratória “extremamente baixo” e era uma medida digna de se manter a nota “AAA” por ora. Mas estimou que a dívida do país alcançará 100% do PIB em 2012 e que divulgaria uma nova avaliação no fim de agosto. A Moody’s reafirmou o grau “AAA”, mas também manteve a perspectiva negativa, afirmando que o rebaixamento ainda pode ocorrer se a disciplina fiscal fraquejar ou o crescimento econômico se deteriorar significativamente.
Na quarta-feira, até uma agência chinesa de classificação de risco, a Dagong Global, rebaixou a nota dos títulos da dívida dos EUA, de “A+” para “A”, dizendo que o acordo para elevar o teto de dívida do país não resolverá os problemas de dívida estruturais e nem melhorará a capacidade de pagamento no longo prazo.