Essa história da reserva Raposa Serra Sol (ver abaixo) é exemplo do quão ridículo pode ser um governo sem projeto. As reservas, definidas em áreas descontínuas em 1998, foram tornadas contínuas por Lula em 2005. Atendeu-se a um único interesse e a um único lobby, que reúne Funai e ONGs. Brasileiros, titulares de direito, que vivem há décadas na área, foram ignorados. O governo não sabe nem mesmo quantos índios há lá: 15 mil? 18 mil? 20 mil?

Destes, quantos vivem da atividade agrícola na região? O “país” que se pretende entregar aos índios tem 1.678.800 hectares, dos quais miseráveis 12 mil abrigam a cultura de arroz. Em tom de desdém, o ministro opõe supostos 18 mil indígenas a “seis arrozeiros”. Seis? Tarso não se envergonha de ter mobilizado um dos maiores aparatos armados dos últimos tempos para dar combate a “seis” indivíduos? Não. Pelo visto, ele se orgulha.

O que mais me incomoda é que as fronteias brasileiras, um queijo suíço, estão sob a guarda de Genro. Vocês sabem: o Brasil não produz cocaína, por exemplo. Também não fabrica as armas de grosso calibre que estão nas mãos dos traficantes. As duas coisas entram no país porque conseguem burlar a vigilância de fronteira.

No caso de Roraima, o governo quer justamente expulsar brasileiros que colonizaram um pedaço da fronteira. E uma região, vejam só, que é porosa a toda forma de infiltração criminosa: guerrilha terrorista, tráfico de drogas, tráfico de armas.. E não é só: gente que conhece a área sustenta que há mais “brancos” de ONGs estrangeiras atuando em Raposa Serra do Sol do que índios. Boa parte dos nativos, aliás, é contra a expulsão dos agricultores.

Não se trata de apelar ao fantasma da “ameaça estrangeira”. É preciso evidenciar que, cedendo a um lobby de alcance inequivocamente internacional, o governo brasileiro se arma para expulsar brasileiros que estão cometendo o crime de produzir… comida. Tão logo a região desapareça do noticiário, Raposa Serra do Sol será como as demais regiões de fronteira destepaiz: terras sem fé, sem lei e sem rei.