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PSDB: para ir até a vitória ou só até a esquina? Ou: unanimidades magras

Lembram-se de Sérgio Guerra como “unanimidade” na bancada tucana para presidir o partido? Pois é. Passadas três semanas, parece não ser bem assim. Leiam esta reportagem da Folha Online. Eu a comento trecho a trecho, segundo o tradicional vermelho-e-azul. Antes favorito a permanecer no cargo, presidente do PSDB perde apoio no Congresso O presidente nacional […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h47 - Publicado em 19 fev 2011, 17h02

Lembram-se de Sérgio Guerra como “unanimidade” na bancada tucana para presidir o partido? Pois é. Passadas três semanas, parece não ser bem assim. Leiam esta reportagem da Folha Online. Eu a comento trecho a trecho, segundo o tradicional vermelho-e-azul.

Antes favorito a permanecer no cargo, presidente do PSDB perde apoio no Congresso

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), perdeu a quase unanimidade que havia em torno de sua permanência no cargo entre as bancadas tucanas no Congresso. Enquete feita pela Folha mostra que Guerra tem a preferência de 23 dos 53 deputados eleitos em outubro, mas 19 agora afirmam que é muito cedo para fechar com ele.
A redação está um pouco confusa, mas vamos lá. Se tem o apoio declarado de 23 dos 53, não e que ele tenha perdido a “quase unanimidade”, o que nunca existiu. Por ora, ele tem o apoio da minoria. Se a matemática não falha, 30 não declararam apoio ao atual presidente. Não entendi se os 19 estão entre os 30 ou entre os 23.

Entre os dez senadores do PSDB, Guerra tem três apoios contra seis indefinidos. Um não quis opinar. O quadro é bem diferente de três semanas atrás, quando 53 de 55 deputados tucanos, entre atuais e da legislatura passada, assinaram um abaixo-assinado em favor da manutenção do presidente.
Também no Senado, a estranha “não-quase-unanimidade” é de 30%! O que é fato? Aquela história foi só um golpe que deu errado. Senadores, deputados e até governadores foram levados no bico com o que seria um movimento das bases. Era só uma das pequenas tramóias em que tucanos tentem envolver tucanos para não ter de enfrentar o real adversário: o PT.

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Guerra minimizou a perda de apoio. Disse ter mais votos em sua própria contabilidade e acreditar que os colegas não foram “explícitos”. Ele afirmou que os congressistas podem ter recuado nos apoios públicos após o ex-governador José Serra (SP) passar a ser cotado para a presidência do partido. “A possibilidade de o Serra [se candidatar] faz com que as pessoas não arrumem confusão”, disse Guerra.
Guerra capricha na fala ambígua de quem parece querer confusão. Sugere que tem mais apoios do que se apurou e que os parlamentares não revelam o que quererem para não melindrar Serra. Não sei se o tucano paulista será candidato à Presidência do partido. Mas uma coisa eu sei sem  que precisem me contar: Guerra só preside se Serra concordar. Ou nada feito.

Um deputado do PSDB-SP que pediu anonimato também atribuiu a mudança à movimentação de Serra e disse que o ex-governador “está falando com todo mundo” sobre a candidatura. Serra tem evitado comentar publicamente o assunto.
Serra é tão bobinho, inocente e inexperiente que nega aos jornalistas que seja candidato, mas confessa a candidatura por aí, como revela o “deputado X”… Tenha paciência!

Entre os deputados paulistas, só 3 de 13 optaram por Guerra. Aliado de Serra, o senador Aloysio Nunes (SP) preferiu dizer que é “muito cedo” para definir um nome e disse que calcular os apoios é “ruim para o partido”. O deputado paulista Vaz de Lima, que também não quis fechar com um nome, disse que Serra pode ser o presidente. “Mais do que ninguém, ele incorpora o sentimento de oposição”, disse. A única que deu apoio declarado ao candidato derrotado à Presidência foi Mara Gabrilli (SP): “Por incrível que pareça, acho Serra superagregador”, disse.

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Só 3 dos 13 de São Paulo, é? A “não-quase-unanimidade” na bancada paulista é de… 23%???

Sob o comando do senador Aécio Neves, para quem Guerra é o “candidato natural”, a bancada mineira está quase toda unida em torno do atual presidente: 7 de 8 deputados. Só Eduardo Barbosa não quis se pronunciar.
Ah, sim, agora está certo! A “quase-unanimidade” havia sido uma obra do PSDB de Minas…  A “não-quase-unanimidade” é uma obra dos fatos.  Uma hora eu ainda convocarei os usuários desta expressão para que a definam: o que quer dizer “candidato natural?” Cai de árvore? Dá na beira da estrada, como laranja madura?

A eleição do PSDB deve ocorrer em 29 de maio. Os congressistas titulares – mesmo quem está licenciado – são uma parcela dos eleitores. Segundo o PSDB, votam ainda o Diretório Nacional, composto de mais de 200 nomes, delegados de todos os Estados e do DF e os suplentes que estiverem ocupando cargo no Congresso.
Huuummm… É… Eu bem que escrevi daquela vez que o golpe malsucedido tentava transformar a bancada da Câmara em colégio eleitoral — que  é bem maior. A tarefa do PSDB em 2014 é vencer Dilma ou Lula. Com esses expedientes, vai, no máximo, comer um pão de queijo murcho na esquina (*)

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(*) “Por que você não cita um prato típico da culinária paulista, Reinaldo?” Porque não existe. A coisa mais típica de São Paulo é não ser típico. Isso tem seu lado ruim: dificulta a criação de uma identidade. Tem seu lado bom: não tenta fazer de seu particularismo um imperativo categórico de validade universal.

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