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O discurso falacioso de Dilma. Ou: Modos de usar a realidade internacional

A presidente Dilma encontrou seus bárbaros: são os chineses (ler post anterior). Eles justificam a melancolia e a desordem do seu governo. Ela decidiu agora se agarrar à desaceleração da China e ao transe financeiro daquele país como tábua de salvação. Que exóticos são esses petistas, não é mesmo? Quando se dizia que o modelo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h38 - Publicado em 25 ago 2015, 17h15

A presidente Dilma encontrou seus bárbaros: são os chineses (ler post anterior). Eles justificam a melancolia e a desordem do seu governo. Ela decidiu agora se agarrar à desaceleração da China e ao transe financeiro daquele país como tábua de salvação.

Que exóticos são esses petistas, não é mesmo? Quando se dizia que o modelo irresponsável do lulismo se aproveitava de um ciclo inédito de valorização das commodities e se acusava os companheiros de não aproveitar aquela janela para 1) modernizar a economia; 2) promover os investimentos em infraestrutura, os pançudos vociferavam: “Ah, eles não querem pobre comprando geladeira!”; “Eles não querem pobre em aeroportos”; “Eles não querem pobre no mercado de consumo”. E não paravam por aí, não.

Quando alguém se lembrava de que o modelo petista se sustentava principalmente na extraordinária expansão da China, de que as valorizações formidáveis das commodities eram consequência, e aquilo não duraria eternamente, os críticos eram acusados de não reconhecer a sabedoria superior de um operário na condução da economia, muito melhor do que o acadêmico que o antecedeu.

Ou por outra: quando as circunstâncias internacionais favoreceram a irresponsabilidade petista — irresponsabilidade que, no entanto, foi muito bem remunerada em votos —, então se chamava a bonança que antecedia a melancolia de “competência”. Lula chegou a anunciar ao mundo um jeito brasileiro de ver as coisas. Em 2012, Dilma foi a fórum na França e enfiou o dedo na cara dos europeus: eles estariam errando em optar pela austeridade. Ela, ao contrário, estaria fazendo tudo certo por aqui.

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Aí o leitor, sagaz como é, poderia inquirir: “Bem, Reinaldo, você foi um dos que afirmavam que o PT surfava num momento muito particular da economia mundial; logo, estaria obrigado agora a reconhecer que aquele momento não existe mais, então é consistente a justificativa segundo a qual a crise vem de fora”.

Esperta a objeção, mas errada. Eu não censuro tanto o PT do tempo das vacas gordas por aquilo que fez, mas mais por aquilo que deixou de fazer. Eu considero a realidade internacional tanto antes como agora. Eu acuso o partido de estar fazendo o país passar hoje por agruras que aí não estariam se tivesse feito a coisa certa antes. Eu trato o Brasil como um ente inserido no mundo no passado e no presente.

O petismo, que, até outro dia, anunciava ser o Brasil uma ilha de prosperidade num mar de recessão, joga, agora, nas costas da realidade internacional o peso de todos os seus erros.

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