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Delatores afirmam que amigo de Lula acertou propina de US$ 5 mi com Cerveró

Na VEJA.com: Reportagem da edição de VEJA de 23 de setembro revelou que, em depoimento prestado quando ainda negociava um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Baiano narrou como uma reunião em seu escritório no Rio de Janeiro definiu, em 2007, a empresa vencedora de um contrato […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h18 - Publicado em 16 out 2015, 16h25

Na VEJA.com:

Reportagem da edição de VEJA de 23 de setembro revelou que, em depoimento prestado quando ainda negociava um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Baiano narrou como uma reunião em seu escritório no Rio de Janeiro definiu, em 2007, a empresa vencedora de um contrato de 1,6 bilhão de dólares com a Petrobras – e rendeu 60 milhões de reais aos corruptos que ajudaram a sangrar o cofre da estatal. Do encontro participaram, além de Baiano, apontado como um dos operadores do PMDB no petrolão, o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró e dois de seus subalternos, Eduardo Musa e Luis Carlos Moreira, além do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de longa data do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bumlai também foi citado em depoimento por Musa, outro que fechou acordo de delação premiada.

Os dois delatores afirmam que Bumlai acertou pagamento de 5 milhões de dólares em propina para Cerveró e outros dois ex-gerentes da estatal. Os valores foram pagos pelo Grupo Schahin, em troca de contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000. Como mostrou reportagem de VEJA, a propina foi paga em contas no exterior, mais precisamente na Suíça, conforme definiu Bumlai. Ao lado da quantia que foi destinada a Cerveró, Baiano anotou o carinhoso apelido de Lindinho.

Segundo as investigações, há registro de reunião entre Bumlai, Fernando Baiano, Cerveró, Eduardo Musa e o ex-gerente executivo da área Luis Carlos Moreira no escritório do operador do PMDB, no Rio de Janeiro. O pagamento dos 5 milhões de dólares teria sido tratado diretamente por Fernando Schahin, filho de um dos fundadores do grupo, e dividido entre os três ex-executivos da Petrobras da Diretoria Internacional, da cota do PMDB no esquema de corrupção na estatal. Dois deles indicaram contas bancarias no Uruguai para receber suas partes e um, na Suíça.

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Conselheiro – Apontado como “o pecuarista” em conversas de executivos investigados em Curitiba, Bumlai seria uma espécie de avalista dos negócios com a Schahin, segundo suspeita da Polícia Federal.

Lula e Bumlai estreitaram relações na campanha eleitoral de 2002. Desde então, o pecuarista passou a ser um dos conselheiros com acesso direto ao ex-presidente. E-mails apreendidos na sede da empreiteira Odebrecht, em São Paulo, indicam que Bumlai, que gozava de acesso irrestrito ao gabinete da Presidência na gestão Lula, tentou, inclusive, agendar reunião com Marcelo Odebrecht, presidente da empresa, para tratar de assuntos relativos ao governo da presidente Dilma Rousseff, como as privatizações de rodovias.

Cunha – O navio-sonda Vitória 10.000 fez parte de um pacote de construção de dois equipamentos do tipo, usados para exploração de petróleo em águas profundas. Contratados pela Diretoria Internacional, com negociações iniciadas em 2005, por Cerveró, o pacote incluiu os termos de construção e depois de operação. Ambos, segundo a Lava Jato, envolvendo propina.

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O estaleiro Samsung Heavey Industries, em parceria com o Grupo Mitsui, foi o responsável pela construção dos dois navios-sonda (Vitória 10.000 e Petrobras 10.000). Processo já julgado procedente pelo juiz responsável pelas ações penais da Lava Jato, Sérgio Moro, concluiu que a empresa pagou pelo menos 30 milhões de reais em propina, via lobista Júlio Camargo, representante do estaleiro no Brasil, e Fernando Baiano nessa primeira etapa. Um dos beneficiados, segundo Camargo, foi o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que recebeu pelo menos 5 milhões de reais.

Apurações internas da Petrobras anexadas aos autos da Lava Jato indicaram problemas no contrato com a empresa. “A demora em concretizar negociação com a Schahin para a vinda do Vitoria 10.000 para o Brasil implicou custo de aproximadamente 126 milhões de reais”, informa documento da estatal. “A escolha da Schahin como parceira foi discricionária.” O contrato foi rescindido pela Petrobras, em maio, após o nome da empresa ser citado como uma das participantes do cartel alvo da Lava Jato. O grupo entrou esse ano em concordata.

Bumlai informou que “não participou de reunião alguma com essas pessoas” e que não tratou de contratos da Petrobras. “Todas as informações ultimamente veiculadas na imprensa ligando o nome do empresário José Carlos Bumlai a escândalos relacionados à Operação Lava Jato são ilações inverídicas baseadas exclusivamente em depoimentos prestados por delatores (…) Bumlai nega que tenha qualquer relação com as mentiras (sic) já publicadas (pela imprensa), e repudia as novas infâmias que estão sendo agora assacadas contra sua pessoa”, diz a nota.

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