Wilson Lima cuidava ‘pessoalmente’ de contrato fraudado, diz STJ
Governador é apontado como responsável por manobra que favoreceu empresário em contratos milionários no estado
Na decisão em que determinou as ações contra Wilson Lima nesta quarta, o ministro Francisco Falcão, do STJ, aponta ação direta do governador do Amazonas para fraudar o processo de contratação da Fundação Nilton Lins, que mantém um hospital na cidade, para prestar serviços de Saúde durante a pandemia.
A investigação apontou inicialmente que a licitação foi dispensada e o contrato foi direcionado para que o hospital, escolhido pessoalmente pelo governador, fosse o escolhido para assumir um negócio de 2,6 milhões de reais. As fraudes em favor do hospital, no entanto, teriam sido ainda maiores, pois as investigações apontaram irregularidades do mesmo tipo em períodos anteriores.
“Há indícios no sentido de que o processo de dispensa de licitação tenha sido montado e datado de forma retroativa para dar ares de legalidade à escolha da Fundação Nilton Lins, feita diretamente por Wilson Miranda Lima, que, além de haver se manifestado publicamente sobre a contratação, segundo elementos de prova coligidos quando da busca e apreensão decretada no inquérito, sempre acompanhou pessoalmente as questões relacionadas à execução do contrato, o que justifica a nova realização da medida de busca e apreensão nos endereços residencial e profissional do governador”, escreve Falcão.