CPI ganha ‘nova temporada’ e se consolida distante dos domínios do governo
Como reconheceu um dos senadores aliados de Bolsonaro, a coisa agora virou 'bonde sem freio'
A prorrogação da CPI da Pandemia, com a coleta de assinaturas concluída nesta segunda, foi uma espécie de validação da primeira “temporada” de investigações do colegiado contra Jair Bolsonaro.
Ao longo do dia, os senadores discutiam como o avanço político das investigações — que saíram do campo da negligência para entrar no velho e conhecido campo da corrupção — havia tornado praticamente impossível evitar que a CPI ganhasse mais prazo e novos e emocionantes capítulos.
A forma como as 27 assinaturas foram coletadas, num piscar de olhos, e a completa ausência de resistência por parte de Rodrigo Pacheco, que lá atrás travou o início das investigações, ajudou a consolidar nos integrantes da CPI o amadurecimento dos trabalhos.
A partir de agora, acreditam os senadores da oposição a Bolsonaro, nem governo nem seus aliados no Judiciário conseguirão segurar a comissão. O curso natural dos eventos narrados em torno da Covaxin, com todas as quebras de sigilo já solicitadas e as que ainda virão, oferecerão ao país novos personagens e cada vez mais incerteza sobre o futuro do inquilino do Planalto.
Como reconheceu um dos senadores aliados de Bolsonaro, a coisa agora virou “bonde sem freio”.