Bolsonaro depõe em inquérito sobre interferência na PF, sem defesa de Moro
Advogado do ex-ministro reclama da falta de isonomia entre os depoentes, já que ambos são investigados no STF
O presidente Jair Bolsonaro depôs na noite desta quarta-feira à PF sobre a sua suposta interferência na própria Polícia Federal, sem a presença da defesa do ex-ministro Sergio Moro. Os dois são investigados no inquérito sobre o caso no STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
A informação foi divulgada pela TV Globo e confirmada pelo Radar.
O advogado de Moro, Rodrigo Sánchez Rios, acaba de divulgar uma nota afirmando que foi surpreendido pela notícia do depoimento sem que a defesa do seu cliente fosse intimada e comunicada previamente.
Segundo Sánchez Rios, a sua ausência impediu a formulação de “questionamentos pertinentes, nos moldes do que ocorreu por ocasião do depoimento prestado pelo ex-ministro em maio do ano passado”.
“A adoção de procedimento diverso para os dois coinvestigados não se justifica, tendo em vista a necessária isonomia entre os depoentes”, afirmou o advogado.
O Radar também revelou que Moro guardou com seus advogados provas inéditas da ação do presidente no caso. A ideia era justamente confrontar o “PR” diretamente com as evidências. A defesa já havia elaborado mais de 40 perguntas.