Em palestra, ontem, na Federação da Indústria do Estado de São Paulo, o ministro José Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, ensinou o que ele parece ter esquecido.
A respeito da isenção, atributo obrigatório para quem usa toga, ele disse que onde se faz justiça não há “lugar para paixões, ideologias e vontades”. E repetiu enfático para que não restasse dúvida:
– Juiz não pode ter vontade. Se tiver vontades, sai da magistratura, vai para política, para movimentos associativos, vai para o Executivo, vai ser candidato.
A levar em conta o que ensinou, Toffoli deve estar pronto para abandonar a má ideia que teve de sugerir um pacto dos três poderes da República destinado a tirar o Brasil da crise.
Ninguém ficou mais eufórico com a ideia de Toffoli do que o presidente Jair Bolsonaro. E com razão. Logo Bolsonaro afirmou que era bom ter a justiça ao seu lado, ao lado do certo, do razoável.
Governo e Congresso podem se entender em torno do que quiser. Como lhe cabe examinar os atos dos demais poderes à luz da Constituição, a Justiça não pode meter-se em pactos. Ponto final.