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Por Coluna
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Resta a Guedes tocar o barco, obediente às ordens do capitão

O triunfo da vontade sobre a razão

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 1 set 2020, 08h14 - Publicado em 1 set 2020, 08h00

A essa altura do campeonato, sem mais chances de ir para a galera celebrar o título de o ministro mais bem-sucedido do governo como era o seu sonho, uma derrota a mais, ou duas, ou três, não fará a mínima diferença para Paulo Guedes, o ex-Posto Ipiranga, que se imaginava dono da última palavra quando se tratasse de assuntos econômicos. Foi o que ele sempre ouviu do alto.

Por isso, nem cara feia ele fará logo mais quando o presidente Jair Bolsonaro, em reunião com líderes de partidos no Palácio do Planalto, anunciar o novo valor do auxílio emergencial contra o Covid a ser pago até o final do ano aos brasileiros mais pobres. Serão mais quatro parcelas de 300 reais. É o triunfo da vontade sobre o que pareceria possível ou o mais adequado.

A racionalidade econômica foi chutada para escanteio, e junto com ela seu zelador. Em março último, Guedes mostrou a Bolsonaro as contas que sustentavam que um auxílio acima de 200 reais criaria sérios problemas para o Tesouro. Mesmo assim Bolsonaro decidiu pagar 600 reais tão logo soube que o Congresso seria capaz de aprovar o auxílio de 500 reais. Não queria ficar atrás.

Entusiasmado com o crescimento de sua popularidade, e de olho na reeleição que é só o que lhe interessa, Bolsonaro antecipou-se ao Congresso e ao próprio Guedes e disse que prorrogaria o pagamento do auxílio até dezembro, e que ele não seria menor do que 300 reais. De casamento marcado com o Centrão, o presidente que antes desprezava o apoio de partidos foi muito além.

Aumentou de 5 bilhões para 6,5 bilhão a verba do Orçamento da União para execução de obras em redutos eleitorais de deputados federais e senadores. Nada a ver com o dinheiro reservado para pagamento obrigatório de emendas parlamentares ao Orçamento. Obras do governo que ele poderia, a seu critério, fazer aqui ou acolá, mas que fará onde os parlamentares indicarem.

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Para um governo que jamais se renderia à política do que é dando (dinheiro) que em troca se recebe (votos), foi um avanço (ou recuo) e tanto, festejado pelos beneficiados como a prova definitiva de que o governo e o presidente se normalizaram. Difícil que seja de fato isso. Populistas como Bolsonaro, Donald Trump e Nicolás Maduro na Venezuela são o que são e jamais deixarão de ser.

Resta a Guedes engolir em seco e tocar o barco, obediente às ordens temerárias do capitão.

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