Quem matou, mandou matar Marielle e tentou encobrir o crime
Há mais coisas entre o céu e a terra do que imagina nossa vã filosofia
Sabe quando oficialmente o Ministério Público do Rio concluiu que mentira o porteiro do condomínio onde moravam Jair Bolsonaro e o ex-policial Ronnie Lessa? No dia seguinte à edição do Jornal Nacional que fez Bolsonaro protagonizar o maior ataque de um presidente da República a uma rede de televisão.
No último dia 17, quando um grupo de procuradores, sem conhecimento do juiz que preside o inquérito sobre a morte de Marielle Franco, voou a Brasília ao encontro do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, dava-se como possível que o porteiro pudesse ter contado verdades à polícia.
Em dois depoimentos, ele dissera que um homem pedira licença para ir à casa de Bolsonaro. O porteiro telefonou para o número que tinha da casa e “seu Jair”, segundo ele, autorizou a entrada. Em seguida, o porteiro voltou a ligar para dizer que o homem se dirigia a outra casa. E “seu Jair” respondeu que estava tudo bem.
Daí a preocupação dos procuradores de informarem Toffoli a respeito. Porque nesse caso as investigações teriam que ser suspensas. Envolveriam o presidente que tem direito a foro privilegiado. Só o Supremo pode investigá-lo. E diz a lei que ele só pode ser investigado por crime cometido no exercício do cargo.
Mas aí veio a reportagem do Jornal Nacional. Aí o Ministério Público providenciou uma perícia técnica feita e concluída em menos de três horas. Aí o resto é história conhecida. O que falta conhecer é a história completa e verdadeira de quem matou Marielle, quem mandou matar e quem tentou encobrir o crime.