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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Os efeitos da parceria entre um presidente relapso e um vírus mortal

Bolsonaro em julgamento

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 9 ago 2020, 08h11 - Publicado em 9 ago 2020, 08h00

Bolsonaro e sua trupe enganam quando tentam minimizar a tragédia da Covid-19 manipulando números ao seu gosto. Dizem, por exemplo, que o vírus por aqui matou 471 pessoas por 1 milhão de habitantes, enquanto na Espanha matou 610 e no Reino Unido, 623. A ser assim, por um milhão de habitantes o vírus só matou 98 pessoas na Argentina, 102 na Rússia e 3 na China.

O Brasil é o segundo país que tem mais mortes por um milhão de habitantes no mundo. A verdade é essa, ponto. O primeiro país são os Estados Unidos com 497. Quem sabe não o ultrapassaremos… O que os dois têm em comum: presidentes que preferiram negar a pandemia, fechar os olhos, sabotar as medidas de isolamento social e apostar nos efeitos milagrosos de um falso remédio.

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A poucos meses de novas eleições, o presidente Donald Trump abdicou do discurso de que em primeiro lugar estaria a salvação da economia, passou a recomendar o uso da máscara como dever de todo patriota, e comprou com antecedência a maior parte possível da produção de vacinas que ainda estão sendo testadas. Mesmo assim corre perigo de não se reeleger como pretende.

Bolsonaro foi longe demais para recuar agora. De resto, se não for apeado do poder antes disso, ainda faltam 2 anos e três meses para as eleições presidenciais de outubro de 2022 quando ele imagina renovar seu mandato. Fazer o quê no momento em que o país chora os primeiros 100 mil mortos pela pandemia? Decretar luto como o fizeram ontem o Congresso e o Supremo Tribunal Federal?

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Não. Mudar de assunto. Que tal celebrar o título conquistado pelo Palmeiras de campeão do futebol paulista? Foi o que Bolsonaro fez. A resposta é sempre o silêncio se o tema o desagrada. Silêncio sobre o golpe abortado em 2019 pelo ministro Dias Toffoli, sobre o golpe abortado em abril último pelo general Augusto Heleno, sobre o dinheiro depositado por Queiroz na conta de Michelle.

Ah, morre-se mais no Brasil por outros motivos. O trânsito, um deles. Nos 12 meses do ano passado, o trânsito matou 40.721 pessoas, contra 100 mil mortas pela pandemia em pouco menos de 5 meses. Sim, mas se somarmos os mortos pelo trânsito com os mortos por homicídios… Se somarmos foram pouco mais de 82 mil em 12 meses do ano passado, novamente contra 100 mil mortos pelo Covid-19 em pouco menos de 5 meses.

Ora, mas quem seria capaz de prever que seria assim? Em 17 de março, quando o Brasil registrava 290 casos e apenas uma morte pelo coronavírus, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, previu que os números cresceriam até o fim de junho, estabilizando-se em julho e começando a cair em agosto. É o que está acontecendo. Mandetta foi demitido.

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Mas o Supremo Tribunal Federal proibiu Bolsonaro de interferir e deixou que Estados e Municípios cuidassem da pandemia… Mentira! O Supremo decidiu que Bolsonaro não poderia revogar medidas tomadas por governadores e prefeitos, mas que caberia ao governo federal liderar e coordenar todas as ações de combate à Covid-19. Bolsonaro não o fez simplesmente porque não quis.

E não quis fazer por duas razões. A primeira: conselheiros ineptos sopram-lhe a ideia de que a doença só pararia de avançar depois que contaminasse 70% da população. A segunda razão: deste modo, a saída seria pregar a volta rápida ao trabalho, transferindo para governadores e prefeitos o ônus inevitável da perda de vidas e da recessão econômica. A reeleição acima de tudo!

Bolsonaro é o maior responsável por tantas mortes. Não é preciso esperar que a História o diga.

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