Por três vezes pelo menos, o advogado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas, conhecido como Sig, recusou convite do seu amigo Luiz Inácio Lula da Silva para ser ministro do Supremo Tribunal Federal.
A primeira foi quando Lula mal havia assumido a presidência da República em 2003. Perguntei-lhe o motivo da recusa. Sig respondeu: “Ora, eu não tinha preparo suficiente para ser ministro”.
Mas de alguma forma quase todos os ministros nomeados por Lula e Dilma para o Supremo devem sua indicação a Sig, embora não somente a ele. Sig foi uma espécie de ministro sem toga.
Passou pela vida fazendo amigos e aproximando os divergentes. Entrou e saiu da política depois de três mandatos como deputado federal sem que nada tivesse maculado sua biografia.
Foi ao mesmo tempo um exemplo de firmeza na defesa de suas convicções e de tolerância com eventuais adversários. Fará muita falta.