Pelas mais variadas razões, os candidatos a presidente da República preferiram até agora evitar confrontos diretos com o capitão Jair Bolsonaro nos debates promovidos por emissoras de televisão.
Precisou de uma mulher, também candidata, para bater de frente com ele – sem se intimidar, sem levar em conta se o capitão poderia ganhar pontos com isso, e ela perder. Marina Silva ganhou.
Interessado em defender o uso de armas, Bolsonaro cometeu a bobagem de perguntar a Marina se ela era contra ou a favor. Sabia que ela seria contra. Preparava-se para em seguida contestá-la.
Marina usou apenas duas palavras para responder a Bolsonaro: “Sou contra”. Aproveitou o resto do tempo para criticá-lo duramente por ignorar os problemas enfrentados pelas mulheres no país.
Foi um carão e tanto, em termos elegantes, mas impiedosos. Marina aproveitou a ocasião para expor o que a diferencia de um candidato despreparado, preconceituoso e fundamentalista.
Um debate frio, sem graça, próximo de acabar sem que houvesse um vencedor claro, fechou com um – Marina.