Ciro Nogueira, presidente do Partido Popular (PP) que se aliou a Geraldo Alckmin (PSDB), defende Lula livre e candidato. Diz que votará nele. Pede votos para Lula no seu Estado, o Piaui. Esquece que a vice de Alckmin, a senadora gaúcha Ana Amélia, é do PP.
Eunício Oliveira (PMDB), presidente do Senado, defende Lula livre e candidato no Ceará, lembra que já foi tão pobre quanto ele, e finge ignorar que seu partido tem candidato próprio a presidente – Henrique Meirelles.
Paulo Câmara, governador de Pernambuco, cujo partido, o PSB, preferiu declarar-se neutro na eleição presidencial, defende Lula livre e candidato. Assim como Renan Calheiros (PMDB) em Alagoas, e o filho dele, Renanzinho, empenhado em se reeleger governador.
O que esses e tantos outros caciques farão quando Lula comunicar que o candidato do PT à sucessão do presidente Michel Temer não será ele, mas Fernando Haddad? Votarão e pedirão votos para o ex-prefeito de São Paulo? Suarão a camisa para elegê-lo?
Pedir votos para Lula é um truque usado por quem não sendo do PT, e tendo na maioria das vezes se oposto a ele, no entanto deseja beneficiar-se do voto em Lula. Bem diferente de pedir votos para Haddad com a certeza de que receberá menos votos em troca.