Estava tudo pronto para que a inauguração do aeroporto de Vitória da Conquista, na Bahia, amanhã, se transformasse num ato de aproximação política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador Rui Costa (PT). Até que Bolsonaro, na última sexta-feira, chamou os nordestinos de “paraíbas” e orientou o chefe da Casa Civil da presidência a boicotar o governador do Maranhão.
Para completar, a presidência da República, encarregada de escalar os convidados para a inauguração do aeroporto, aumentou a cota dos seus em detrimento da cota dos convidados do governo da Bahia. Deu no que deu. Costa anunciou que não irá à inauguração do aeroporto “construído pelo povo das Bahia e pelo governo do Estado”. E acusou o governo federal de apropriar-se politicamente da solenidade.
Costa é um dos políticos da ala moderada do PT. No ano passado, irritou os radicais do partido ao defender o apoio do PT à candidatura de Ciro Gomes à presidência da República. Ele e ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador, convivem harmoniosamente. Não se atacam. E ainda colaboraram em projetos que envolvem a prefeitura e o governo do Estado.