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Bannon, Trotsky ou Goebbels? (por Gustavo Krause)

Veloz e furioso

Por Gustavo Krause
Atualizado em 18 nov 2020, 20h01 - Publicado em 24 ago 2020, 11h00

O personagem Steve Bannon é mais perigoso do que um reles vigarista que se apropriou de fundos para construir o muro, separando México e EUA. O seu público predileto não são os otários. Ele compreendeu o espírito do tempo: veloz e furioso; identificou o espaço em que poderia usar o seu talento, ambição, a “raiva original” das “elites”, opressoras do povo, e ao estabilishment por elas criadas para ganhar muito dinheiro e proteger os privilegiados. E acertou precisamente ao perceber a fragilidade dos laços da representação política, pedra de toque do democracia liberal.

Embora arriscada, a comparação decorre do seu percurso na cena política: homem de ideias e ação assim como Trotsky e uma capacidade extraordinária de mobilizar mentes e corações a exemplo da obra de Goebbels com a voz do rádio e símbolos, arrastando o mundo para a tragédia de uma guerra mundial contra o risco do totalitarismo nazista.

Importante destacar que para ele “a política deriva da cultura” à semelhança de Gramsci. E percebeu a internet como um instrumento precioso para colocar em prática a “a ideologia populista” como a força motriz de ganhar eleições e, no salto ousado, criou o projeto Movimento para levar as massas europeias contra o que chamava “o partido de Davos”, ambicionando fundar a Internacional Populista e realizar o sonho de criar o primeiro “partido algoritmo” do mundo.

É provável que, como delinquente, sua carreira de ideólogo do populismo de extrema direita sofra danos irreparáveis. Todavia sua obra como formulador de um ideologia de extrema e influência vitoriosa em vários episódios já são seriamente perigosos. Não podem ser subestimados. E nós, brasileiros, temos que estar atentos para o risco que corremos.

Eis alguns mandamentos doutrinários da cartilha populista: ocupar a mente do indecisos, dos ressentidos, dos extremistas, com mensagens que incendeie as emoções negativas; explorar as teorias da conspiração; usar a mentira e o absurdo que são mais rápidos nos seus efeitos do que a verdade; ocupar constantemente a cena midiática com gafes, imagens chocantes, declarações polêmicas; alimentar permanentemente os apoiadores das extremas com mensagens ultraconservadoras de modo que, o confronto, inviabilize o centro político; suprir a Era do Narcisismo com fortes dosagens de personalismo de modo que prevaleça a lógica centrífuga da política sobre a lógica centrípeta, tendente a fortalecer o centro; utilizar o escárnio como forma debilitar o papel das instituições, ultrajando a política como ocorreu na Itália em consequência da “Operação Mãos Limpas”; para Bennon, a Itália é o epicentro do populismo, o “Vale do Silício”, tendo em Matteo Salvini, Beppe Grillo e Luigi Di Maio, líder do movimento “5 Estrelas”, os grandes protagonistas da exemplaridade populista.

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Como fundador e, hoje, diretor do site Breitbart News, Bannon tornou-se um estrategista digital de campanhas políticas. Trump foi o seu maior “cliente”; Viktor Orban ouve seus conselhos; na mesma linha, emprestou sua expertise à campanha de Bolsonaro e segue próximo à família por meio do Deputado Eduardo Bolsonaro.

No livro “Engenheiros do Caos”, Giuliano Da Empoli reconhece que Bennon e seu manual, feito de ameaças, insultos, mentiras deliberadas e complôs, depois de ter ficado à margem do sistema durante décadas, já ocupa o centro nevrálgico”.

Evidente que o autor não podia adivinhar tão auspicioso momento que o conselheiro se transformasse no personagem das páginas policiais. É com alívio que se pode escrever como nota de rodapé: Bannon é um bandido e será cercado pelos muros de uma penitenciária.

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