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Apelo às ruas é mais um sinal de desespero de um presidente isolado

País dos pesadelos de Bolsonaro

Por Ricardo Noblat Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 mar 2020, 15h43

O que causa espanto não é Jair Bolsonaro remeter um vídeo para seus seguidores endossando a manifestação de rua contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal convocada por seus devotos para o próximo dia 15 – e depois negar que o tenho feito. Nem aproveitar, agora, uma viagem de fim de semana a Roraima para incentivar o povo a participar da manifestação que será, segundo ele, muito bem-vinda, porque é “o povo quem diz para onde o Brasil deve ir”. Nada disso espanta.

Espanta é a reação dos que ainda acreditam ou dizem acreditar que Bolsonaro tem compromissos, sim, com a manutenção da democracia entre nós e que em momento algum tenta enfraquecê-la. Ou são ingênuos, ou cegos ou coniventes com ele. É direito do povo ou de parcelas dele ir às ruas pacificamente defender o que quiser, até mesmo uma ditadura como parte faz, e Bolsonaro nunca condenou, antes pelo contrário. Mas o presidente não tem o direito de jogar o povo contra os demais Poderes.

Foi o general Augusto Heleno, ministro do esvaziado Gabinete de Segurança Institucional, quem sugeriu a Bolsonaro chamar os bolsonaristas de raiz e os de ocasião para pressionar o Congresso a rever o acordo sobre o chamado Orçamento Impositivo da União. O acordo havia sido firmado, de um lado, pelos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, por outro, pelos ministros Paulo Guedes, da Economia, e Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo. Bolsonaro e Heleno estavam informados a respeito. Mesmo assim o acordo acabou revisto por um Congresso com medo de ser enxovalhado nas ruas. Um novo acordo foi fechado nesta semana e começou a ser votado. Isso não impediu que Bolsonaro, outra vez, mentisse ao afirmar que não fez acordo.

O apelo dele ao apoio das ruas tem menos a ver com verbas do Orçamento e mais com a situação difícil que o país atravessa, e também o governo. A economia patina. O coronavírus chegou. Por sua culpa ou escolha, Bolsonaro está cada vez mais isolado. E aí… Aí tenta distrair a atenção dos brasileiros dos problemas que de fato importam. Quanto mais confusão, melhor para ele. Chama o palhaço fantasiado de presidente para explicar o pibinho. Culpa a imprensa por tudo, rompe relações com ela, para depois reatar. Cerca-se de generais. Nomeia uma artista de televisão, antiga namoradinha do Brasil, com a missão de pacificar as relações do governo com a classe artística. Promete que ela terá carta branca para governar e depois diz que não será bem assim.

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Onde está Queiroz? Quem matou Marielle Franco? Por que barrar a investigação do esquema da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro? O que guardam na memória os celulares do miliciano Adriano Lopes caçado e morto na Bahia?

É jogo jogado que Bolsonaro será sempre Bolsonaro, o mal militar como disse o ex-presidente Ernesto Geisel, o presidente mau como se revela. Resta impedi-lo de destruir “tudo o que está aí” para depois construir o país dos seus sonhos. Ou dos seus pesadelos.

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