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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Satélite revela desmatamento provocado por garimpeiros em área indígena

Imagens inéditas mostram o estrago causado por criminosos no Pará, onde o Ibama fez operação recentemente. Desmatamentos na Amazônia aumentaram 29% em 2020

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 abr 2020, 12h00 - Publicado em 17 abr 2020, 10h42

Imagens inéditas de satélite mostram o avanço do desmatamento provocado pela ação de garimpeiros na área indígena Kayapó, situada no Pará, mesma região na qual o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) fez uma operação com grande repercussão na última semana. De dezembro de 2019 a abril de 2020 foram desmatados cerca de 23 hectares só nessa área, um verdadeiro estrago em terras da região amazônica totalmente preservadas até então.

O engenheiro florestal Tasso Azevedo, especialista do Observatório do Clima e ex-diretor do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), explica as imagens captadas pelo MapBiomas Alerta. Segundo ele, na primeira foto, de agosto de 2019, é possível ver a área sem intervenções. Nem o rio que existe na região consegue ser identificado pelo satélite devido à robustez da mata que o cerca. 

Imagem captada em agosto de 2019 mostra a floresta sem intervenções. Rio que existe na região não aparece devido à robustez da mata (MapBiomas a partir de Imagens Planet/Arquivo)

Quatro meses depois, em dezembro, percebe-se o início do desmatamento. O rio, antes encoberto pela vegetação, agora consegue ser visto de cima. As pequenas flechas amarelas indicam os pontos onde o Ibama esteve na semana passada. As imagens foram geradas com as coordenadas indicadas pela equipe de campo.

 

Em dezembro de 2019 percebe-se o início do desmatamento. O rio, antes encoberto pela vegetação, agora consegue ser visto de cima (MapBiomas a partir de Imagens Planet/Arquivo)

Uma das mais recentes fotos captadas pelo satélite, em março deste ano, choca especialistas ao detectar o desmatamento de 23 hectares. O rio apresenta uma cor barrenta, sinal de contaminação pelo garimpo. “A destruição foi muito rápida. Eles estavam infiltrando sem dó mesmo”, avaliou o engenheiro florestal à coluna.

Foto recente, do mês passado, mostra o rio com uma cor barrenta, sinal de contaminação pelo garimpo (MapBiomas a partir de Imagens Planet/Arquivo)

Operação 

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), só em março deste ano, os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 29,9%, se comparados ao mesmo período do ano passado. Foram 70 mil hectares desmatados. A grave situação levou o Ibama a deflagrar uma operação para tirar madeireiros e garimpeiros das terras indígenas do sul do Pará. 

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Além de paralisar a atividade ilegal, a ação teve como objetivo proteger do contágio do coronavírus os cerca de 1.700 indígenas que moram na região, tendo em vista que os grileiros podem ser uma fonte de transmissão. 

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Na operação, maquinários foram queimados e pontes clandestinas destruídas pelos fiscais do Ibama – medidas previstas por lei, já que a remoção de máquinas, além de difícil, pode ser interrompida por emboscadas. 

No entanto, a atitude não agradou a cúpula do governo federal. O próprio presidente Jair Bolsonaro disse, em outras ocasiões, que não é favorável à queima de equipamentos. O operação resultou na exoneração do diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, responsável por coordenar a intervenção no Pará.

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