Por rejeição a Mendonça, Alcolumbre impede funcionamento do CNMP
Presidente da CCJ gera efeito em cadeia ao segurar o nome do péssimo indicado de Bolsonaro ao STF
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Senador Davi Alcolumbre, acossado há 10 dias pelo escândalo das rachadinhas, tanto fez, tanto fez que conseguiu uma proeza: parar o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Por falta de quórum, o CNMP cancelou as duas sessões plenárias deste mês de novembro.
Alcolumbre sentou em cima da sabatina de André Mendonça, indicado de Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), porque quer outro nome para o cargo.
Com o atraso na sabatina do ex-ministro da Justiça, Alcolumbre foi gerando um congestionamento na aprovação de nomes para conselhos e órgãos da administração pública.
O CNMP, por exemplo, tem catorze conselheiros, mas só cinco estão em exercício. Outros seis perderam mandatos no fim de outubro. Alguns já foram aprovados pela CCJ, mas aguardam votação no plenário e existe um nome aguardando no próprio Conselho.
No Senado, circula a reclamação de que os trabalhos no plenário foram atrasados por culpa da CCJ de Alcolumbre.
Sim, André Mendonça não é um nome à altura do cargo, como já explicado pela coluna. Não por sua fé, mas por seus atos antidemocráticos, mas a forma encontrada por Davi Alcolumbre para rejeitar sua aprovação também não é nada republicana.