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Matheus Leitão

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Blog de notícias exclusivas e opinião nas áreas de política, direitos humanos e meio ambiente. Jornalista desde 2000, Matheus Leitão é vencedor de prêmios como Esso e Vladimir Herzog
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Por que Witzel venceu Bolsonaro na CPI

Ex-governador conseguiu administrar o tempo, usou o espaço para atacar o governo federal, pedir uma sessão secreta e indicar que tem mais coisas a dizer

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 17 jun 2021, 10h32 - Publicado em 16 jun 2021, 19h22

O ex-governador do Rio Wilson Witzel foi o grande vencedor do depoimento na CPI. O político carioca usou todo o espaço que tinha na Comissão para falar que foi vítima de uma perseguição, atacou o governo Jair Bolsonaro e levantou suspeitas de que ele teria sido cassado e perseguido porque estava disposto a investigar o caso Marielle Franco.

Witzel levantou suspeitas sobre o governo Bolsonaro, mas disse que não podia explicar numa sessão aberta, pedindo para ser feita uma sessão fechada. E os senadores já estão se mobilizando para realizá-la.

Além disso, na hora que o ex-magistrado começou a ser apertado pelo senador governista Eduardo Girão, Witzel  simplesmente levantou e foi embora porque tinha um habeas corpus para não produzir provas contra si mesmo. O ex-governador falou o que quis e, na hora que ia ser cobrado e apertado pelos bolsonaristas, acabou indo embora.

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Contudo, deixou muitas informações sobre o fato de que o governo federal nunca quis cooperar com o estado do Rio de Janeiro no combate à pandemia, tanto que Witzel chegou a pedir para que os hospitais federais fossem administrados pelo governo do estado e a União não aceitou.

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Os hospitais federais têm quase 800 leitos e eles estão praticamente paralisados. Apesar disso, tem vindo dinheiro (federal) para manutenção desses hospitais. Witzel disse que é preciso ser apurado.

O depoimento teve uma situação que seria cômica caso não fosse muito séria. A hora em que o ex-governador falou para o senador Jorginho Mello que ele estava apoiando um governo facista. O senador Jorginho Mello respondeu: “Mas de mãos limpas”. Ou seja: o senador “aceitou” que era um governo facista.

Mas o importante é que o Witzel foi o grande vencedor. Conseguiu administrar o tempo, usou todo o espaço para atacar o governo federal, dar elementos, pedir uma sessão secreta e indicar que tem mais coisas a dizer. E ainda conseguiu o “plus” de, ao ser pressionado pelos senadores governistas, sair e ir embora.

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