Não houve queda na produção de relatórios, diz chefe da Inteligência da PF
Informação vai na contramão do que afirmou Bolsonaro sobre a falta desses documentos para que pudesse tomar decisões de interesse do país

O diretor do departamento de Inteligência da Polícia Federal, Claudio Ferreira Gomes, afirmou, em depoimento nesta terça-feira, 19, que não chegou ao seu conhecimento nenhum dado de queda de produtividade na feitura de relatórios repassados “às instâncias superiores”.
A informação vai na contramão do que afirmou o presidente Jair Bolsonaro em mais de uma ocasião sobre a falta desses relatórios para que pudesse tomar decisões de interesse do país. Para Bolsonaro, a ausência desses relatórios foi um dos motivos para as desavenças com o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro.
“Que, na verdade o Depoente gostaria de esclarecer que o número de documentos produzidos pelo Sistema de Inteligência da Polícia Federal no ano de 2019, foi superior aos anos anteriores”, afirmou Claudio Ferreira Gomes.
O depoimento do delegado é mais um que contesta a versão do presidente, que defendeu a troca na direção-geral da PF – e também na superintendência do órgão no Rio de Janeiro – para que pudesse melhorar sua interlocução com a corporação.
Claudio Ferreira Gomes também afirmou que nunca houve um pedido do presidente por um relatório de Inteligência. O depoimento foi prestado no âmbito do inquérito que apura se Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF, após as graves denúncias feitas por Moro.