Esqueceram de mim? Essa pode ser a pergunta de Filipe Martins
O assessor internacional do presidente é parte da crise e, se ficar onde está, vai continuar criando problemas
Filipe Martins, que na semana passada fez o que fez no Senado, um gesto ofensivo e inaceitável qualquer que seja a sua interpretação, não foi falado no agitado dia de ontem.
A manobra do deixa-como-está-para-ver-como-é-que-fica não vai dar certo por dois motivos. Primeiro: os senadores não aceitarão. Eles estavam com foco em Ernesto Araújo, mas, ao fazer o que fez no Senado, pelas costas do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), entrou na linha de tiro. Segundo, Martins sempre mandou em Ernesto Araújo. Não tem qualificação, mas é visto como o representante dos filhos do presidente.
Ao escolher o embaixador Carlos Alberto França para substituir Araújo, o presidente Jair Bolsonaro mostrou que quer alguém que vai obedecer, somente. Ele é elogiado por todos por ser educado, mas a avaliação mais comum é que ele não tem experiência na definição de política externa. Se for mesmo uma pessoa cordata, vai acabar na mão dos filhos do presidente e de seu representante em chefe, Filipe Martins.