Caso da máscara de Araújo em Israel: muito mais que um meme pronto
Cenas do ministro mostram desprezo com o Brasil. Há um significado importante nos sinais dados pela missão brasileira de aceitar lá o que rejeita aqui
As cenas que viralizaram do ministro Ernesto Araújo sendo repreendido pela falta de máscara em Israel – e também a diferença da foto, todos sem máscara na saída do Brasil e todos com máscara na chegada em solo israelense – são uma vergonha a mais para a diplomacia brasileira.
Parecem aqueles detalhes curiosos dos quais são feitos os memes, mas têm na verdade um forte simbolismo. A imagem derruba o discurso de que usar ou não usar máscara é questão de liberdade individual. Lá, todos, do ministro ao filho do presidente, tiveram que obedecer às ordens de distanciamento e às medidas protetivas das autoridades locais, o que na verdade vale no mundo inteiro.
As leis que existem lá, existem aqui também. Há muito tempo o governo do Distrito Federal determinou o uso de máscara. Se Araújo e Eduardo Bolsonaro acham que é libertário não usar máscara, por que mesmo não defenderam esses “princípios” lá em Israel?
Os fatos mostram que, na visão dessa missão e do governo brasileiro como um todo, o que é bom para Israel não é bom para o Brasil, o que é bom para o mundo, não é bom para o Brasil. Isso é uma atitude de menosprezo ao próprio país. O governo Bolsonaro não acertou o passo nem com os governantes de direita, como o de Israel, ou o do Reino Unido, ou o da Austrália… Está de fato sozinho no mundo.