
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, deu uma resposta à altura aos arroubos autoritários de Jair Bolsonaro.
O presidente da República tem cometido crime de responsabilidade ao atacar a lisura das eleições brasileiras. E, como sabemos, o Congresso não tem respondido à altura, até pela ligação do presidente da Câmara, Arthur Lira, com Bolsonaro.
Nesta quinta-feira, 5, Fux anunciou o cancelamento de uma reunião que haveria entre os chefes dos poderes, até para tentar conter esse esgarçamento entre e os poderes e acalmar a grave crise institucional criada pelo presidente.
A reunião tinha sido anunciada em 12 de julho, quando Fux e o presidente Jair Bolsonaro se encontraram na sede do STF. Até aquele momento, Fux tentava o diálogo.
Até por isso, o presidente do STF buscou um tom mais leve na reabertura dos trabalhos do judiciário, o que foi motivo de crítica desta coluna.
Já passou da hora de partir para atos, lamentavelmente, contra o presidente da República, que jurou seguir e proteger a constituição, mas vive tentando rasgá-la.
A abertura do inquérito do pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a inclusão de Bolsonaro no inquérito das fakenews foram movimentos corretos. Agora, o cancelamento da reunião também.
Ainda mais com o tom de estadista dado por Fux na hora de riscar a reunião com o presidente da agenda. “Sua excelência [Bolsonaro] mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do plenário bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro”.
“Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os chefes de poder, entre eles o presidente da República”, completou. Já passou da hora do diálogo. Está na hora de atos.