Servidor do governo do AM que tomou vacina indevidamente é exonerado
Governador determinou que sejam apurados os fatos que levaram à imunização do funcionário
Um funcionário da Casa Civil do governo do Amazonas que está na lista de vacinados divulgada pela prefeitura de Manaus foi exonerado nesta segunda-feira, dia 25. Em nota, o governador Wilson Lima (PSC) informa que Gerberson Oliveira Lima recebeu a primeira dose da CoronaVac de forma indevida e que foi determinado que sejam apurados os fatos que levaram à vacinação do funcionário. Na lista, constam as informações de que ele foi vacinado no último dia 20 na Clínica da Família Senador Severiano Nunes e de que ele pertencia ao grupo prioritário “Trabalhadores de Saúde”. Na função, constava “Outros”.
Logo depois de informar a exoneração de Lima, o governo divulgou nota em que afirmou que exonerou também uma outra servidora que foi a responsável pela inclusão do funcionário da Casa Civil na lista de trabalhadores que deveriam ser vacinados.
VEJA teve acesso à lista com exclusividade no último sábado, dia 23, antes de ela se tornar pública, e constatou que há quatro nomes repetidos, com CPFs diferentes, e duas situações em que, ao invés do nome do vacinado, aparece escrito “Informe o CNS do cidadão caso o CNS não seja”. Os nomes repetidos são da mesma unidade hospitalar e aparecem, na maioria das vezes, com a mesma função, o que indica não se tratar de um caso de homônimos.
A Secretaria Municipal de Saúde de Manaus havia enviado uma lista parcial com os nomes dos vacinados contra a Covid-19 ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), que solicitou as informações depois que denúncias de que pessoas teriam furado fila correram as redes sociais. Depois, a Justiça obrigou a prefeitura a divulgar os nomes dos vacinados em seu site.
Ao TCE-AM, a prefeitura informou que a listagem era parcial e, quando os registros forem complementados, os nomes serão incorporados à listagem. Como a lista está incompleta, profissionais que foram vacinados não encontraram seus nomes, o que criou celeuma em alguns grupos de WhatsApp de profissionais da saúde.
A vacinação foi suspensa no dia 21, depois que duas médicas de uma tradicional família de Manaus e o filho de um ex-deputado, recém-formados e recém-nomeados, foram imunizados antes de profissionais que atuam em hospitais de situação mais caótica. A paralisação foi, segundo nota do governo do estado, “para uma reformulação da campanha nas unidades de saúde”. As doses de vacina disponibilizadas nessa primeira fase pelo Ministério da Saúde atende a 34% dos profissionais da área de Saúde no estado.