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Em lives, Ciro sofre para adaptar discurso à linguagem da internet

Presidenciável do PDT tenta rejuvenescer imagem vestindo moletom e jogando videogame com o filho, mas resultado ainda não convence

Por Leonardo Lellis Atualizado em 16 out 2021, 11h18 - Publicado em 16 out 2021, 11h09

Para tentar romper o teto de 12% que marca suas votações em pleitos presidenciais e as pesquisas de intenção de voto para 2022, o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aposta na internet para conseguir algo que jamais aconteceu: ir ao segundo turno das eleições. Reportagem de VEJA desta semana mostra que uma parte fundamental da estratégia envolve uma repaginação radical da embalagem do pedetista. A iniciativa mais vistosa desse “retrofit” são as lives semanais batizadas de “Ciro Games”. As transmissões semanais são uma tentativa de deixar pra trás a linguagem batida das inserções da televisão — hoje abolidas — e trazer o discurso para o ambiente digital. 

Cercado de luzes coloridas e acessórios de personagens digitais como Mario Bros, Ciro veste moletom e divide a apresentação com a esposa Giselle Bezerra, joga videogame com o filho Gael, entrevista personalidades (que vai do roqueiro Tico Santta Cruz ao padre Júlio Lancellotti), e reproduz memes favoráveis à sua candidatura. Na forma, a identidade visual apela à nostalgia dos jogos de videogame que faziam sucesso nos anos 1980 e 1990 e resvala o vaporwave — estética que apela a um futurismo retrô de fitas VHS deterioradas e imagens pixelizadas e que, inclusive, ganhou tração com movimentos de ultradireita,

O conteúdo, porém, é o mesmo do velho Ciro: críticas a adversários, à política de preços da Petrobras, à inflação, ao encarceramento em massa e a defesa de seu projeto que prevê forte participação do estado na recuperação da economia. “O meio digital precisa ser tratado menos como canal de disseminação e mais como canal de relacionamento. O usuário não é passivo, ele quer participar. A escolha do conteúdo que ele faz é uma escolha autocentrada e não centrada no espectador. Como atrair a atenção de um público quando só fala de você?, afirma Marcelo Vitorino, professor de marketing político da ESPM São Paulo. 

O resultado tampouco consegue amenizar o deslocamento de um político com quase quarenta anos de vida pública em um ambiente recém-descoberto. Isso fica visível quando tenta afetar alguma descontração emulando um animador de auditório anunciando um episódio que vai estar “demais” com “dois convidados da pesada” ou tendo que justificar as parcas habilidades com o joystick enquanto apanha do videogame. “O Ciro não precisa mudar seu jeito de falar, mas não pode tentar parecer o que não é. É como vestir uma camisa muito apertada: por um tempo você até aguenta, mas depois o botão estoura”, acrescenta Vitorino, que ressalta que essa dificuldade não é uma exclusividade de Ciro.

Os problemas mais sérios de Ciro, porém, estão no mundo real. Fora da internet, sua aposta continua sendo atacar os dois principais candidatos ao Planalto, na radicalização de uma aposta arriscada: a de tentar tirar eleitores de Bolsonaro e de Lula comprando briga com os dois. O temperamento feroz também atrapalha as alianças. O aliado com quem mais contava, o PSB, está praticamente nos braços do petista. Como se não bastasse, enfrenta dificuldades no seu próprio partido. Um dos candidatos do PDT a governador, Weverton Rocha, do Maranhão, já garantiu Lula no seu palanque.

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