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Os cuidados dos pacientes oncológicos em tempos de Covid-19

É fundamental enfatizar que os pacientes discutam com seus médicos os riscos e benefícios da manutenção dos tratamentos oncológicos durante a pandemia

Por Fernando Maluf
Atualizado em 20 jul 2020, 16h22 - Publicado em 20 jul 2020, 16h07

Estamos, todos nós, médicos e pacientes, passando por um momento muito delicado. Como profissional de saúde, diria que é um momento único, para o qual ninguém estava preparado. Isso gera uma série de repercussões, em que precisamos rever planejamentos e lidar seguidamente com situações inesperadas. Uma delas é o desconhecimento que ainda temos em relação ao impacto da Covid-19 sobre as outras doenças com as quais estamos acostumados a lidar.

Vejamos o exemplo dos pacientes com câncer. Todos, sem exceção, precisam tomar os cuidados básicos de lavar bem as mãos com água e sabão ou usar o álcool em gel, cobrir o rosto ao tossir e espirrar, evitar aglomerações. As principais sociedades da área reconhecem que pacientes oncológicos são grupo de risco para complicações mais graves do novo coronavírus apenas se tiverem doenças malignas hematológicas como leucemias, linfomas, mieloma múltiplo, estiverem em tratamentos com quimioterapia e outras drogas que coloquem a imunidade num patamar muito baixo ou apresentem a doença num estágio muito avançado.

Pacientes com câncer que não estejam nestes grupos acima aparentemente não têm risco maior de pegar a doença ou desenvolver as complicações pelo Sars-CoV-2. Mas precisam tomar todos os cuidados para evitá-la. Como oncologista, é meu papel ressaltar que que o câncer pode ser muito mais perigoso que a Covid-19. Por isso, não podemos correr nenhum risco de vermos qualquer tratamento prejudicado por outra doença.

Neste cenário de isolamento social, os médicos têm feito grandes esforços em adaptações de protocolos para preservar a integridade máxima dos pacientes oncológicos, como adiamentos de cirurgias quando não envolve risco para os pacientes, ou de tratamento de quimioterapia ou radioterapia. Podemos citar casos de tumores de mama, próstata e intestino, em que cirurgias e sessões de radioterapia, com muito critério técnico, foram postergadas.

Para aqueles que precisam de tratamentos medicamentosos, optamos pela terapia oral quando possível, minimizando a vinda para o hospital. Se a presença é necessária, tentamos maior espaçamento entre aplicações, realizando uma proteção maior para a imunidade dos pacientes, bem como uso de medicações que aumentam a imunidade, diminuição do uso de corticosteroides, e escolha de tratamentos como menor potencial imunosupressor.

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A telemedicina é outra prática já em plena utilização na Oncologia nesta fase, utilizada para pacientes que não tem mais evidências do câncer e estão fazendo o seguimento ou estão em tratamento de uma doença de baixa complexidade, cujo tratamento tem poucos efeitos colaterais, em que conseguimos realizar o monitoramento remoto com os exames de análises clínicas e imagem.

Mas é fundamental enfatizar que os pacientes discutam com seus médicos riscos e benefícios da manutenção dos tratamentos oncológicos durante a pandemia de Covid-19. Neste momento, ninguém deve tomar decisões que podem ser incorretas sobre a gravidade desta ou aquela doença.
A mensagem mais importante para o paciente com câncer é manter o foco. Não podemos perder o rigor, a disciplina e bom senso dentro do contexto da pandemia e nada melhor do que repartir isso com o médico que vem desde então lhe ajudando a cuidar da sua saúde.

(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)
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