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Jorge Pontes foi delegado da Polícia Federal e é formado pela FBI National Academy. Foi membro eleito do Comitê Executivo da Interpol em Lyon, França, e é co-autor do livro Crime.Gov - Quando Corrupção e Governo se Misturam.
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Eleições 2022 reprovarão o extremismo e a polarização

Os prejuízos e a fadiga causados na sociedade brasileira pela dicotomia ideológica produzirão, em breve, uma enorme procura pelo caminho do meio

Por Jorge Pontes
Atualizado em 16 jun 2020, 17h55 - Publicado em 16 jun 2020, 17h53

Eduardo Moreira (ex-sócio do Banco Pactual) traça uma relação intrigante da atividade política com a performance de um mágico ilusionista.

O economista diz que o poder é “atrair a atenção das pessoas para tudo que não tem a menor importância, para na hora em que ocorre a coisa importante, que é a que faz diferença, você não está prestando a menor atenção.”

Pois bem: enquanto a polarização ideológica instalada no país, incensada em grande parte pelas inúmeras provocações do presidente Bolsonaro, toma conta de todas as discussões, a agenda do combate incansável à corrupção – que foi sua principal bandeira da campanha de 2018 – parece ter desaparecido por completo de seus discursos e de suas aparentes preocupações.

Está feita a mágica do desaparecimento de uma agenda inteira, extremamente necessária às transformações pelas quais necessitamos passar sem demora.

Enquanto isso, nas redes sociais – e em grupos de discussão – o que prevalece é o ambiente de ódio e de confronto irracional, que parece nos levar a um infinito espiral de insensatez.

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Se Nelson Rodrigues fosse vivo, diria que hoje o brasileiro não bebe um copo d’água da bica sem um gesto ou uma pose ideológica.

E as manchetes dos jornais noticiam apenas bravatas de ministros ideológicos, prisões de militantes enraivecidos, manifestações de rua com motivações antidemocráticas e invasões de hospitais por parte de apoiadores do governo.

Enquanto isso, em nome da governabilidade, o presidente aumenta o número de ministérios e entrega cargos de setores com orçamentos bilionários aos partidos do Centrão, onde se encontram políticos fisiológicos que participaram de escândalos recentes, como o mensalão e o petrolão.

Mais uma vez fica claro que a corrupção sistêmica, a plataforma da institucionalização da delinquência estabelecida em nosso país, não tem partido e nem ideologias.

Sempre soubemos que os esquemas e as superestruturas combatidas com sucesso pela Operação Lava Jato não foram removidas por completo. Alguns continuaram a funcionar ao longo de todo o tempo, outros apenas se recolheram. Mas o seu potencial, seus exércitos de zangões, que transitam entre a burocracia estatal e os interesses privados, seguem em estado de latência. Os laços dos esquemas não foram rompidos e os seus operadores já voltam a se assanhar.

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Temos que entender que a corrupção sistêmica definitivamente não é um produto da esquerda nem da direita, mas desse pacto oligárquico celebrado entre parte da nossa classe política com parte da classe empresarial, com sequestro e suporte de setores da administração pública.

Daí a importância do aparecimento de novas lideranças que se proponham a arrefecer os ânimos da sociedade, colocando fim à polarização, unindo o país em torno de objetivos comuns e retomando as agendas que importam ao seu desenvolvimento.

Os prejuízos e a fadiga causados na sociedade brasileira pela dicotomia ideológica que vivenciamos produzirão, em breve, uma enorme procura pelo caminho do meio e pela ojeriza aos extremos.

O próximo pleito eleitoral, de 2022, haverá de traduzir uma grande demanda da sociedade brasileira pela busca do centro e do equilíbrio, para o bem do Brasil.

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