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Por Coluna
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Emoções fortes: 5 filmes que “pegam” para ver no streaming

No interior americano, no sertão da Austrália ou no mundo do dinheiro, histórias de gente vivendo no limite

Por Isabela Boscov 27 set 2019, 18h41

Tudo por Justiça

Onde: GloboPlay

Russell (Christian Bale) é um resignado: trabalha duro numa siderúrgica, ama a namorada, cuida do pai doente e, sobretudo, preocupa-se com o irmão, Rodney (Casey Affleck) – um soldado que, a cada vez que volta do Iraque, está mais descontrolado. Rodney aposta dinheiro que não tem, mete-se com agiotas como John Petty (Willem Dafoe), destrói-se em lutas de boxe clandestinas. Em uma de suas tentativas de livrar a pele do caçula, Russell toma um copo de uísque com Petty, e as consequências são horrendas. Está iniciada assim a espiral de tragédias em que os dois irmãos vão se consumir, e que, dado o cenário em que ela se desenrola, tem algo de inevitável: na pequena Braddock, Pensilvânia, onde a indústria de aço vive um declínio sem retorno, as alternativas estão se esgotando para gente como Russell e Rodney. O longa do diretor Scott Cooper (de Aliança do Crime) não traz inovação à longa tradição americana do filme proletário, mas tem sinceridade e uma notável especificidade, que abrange do interior das casas às interpretações cuidadosamente dosadas dos excelentes Bale e Affleck – e inclui ainda a fotografia que capta com perícia e critério a Braddock real.

Tudo por Justiça
Out of the Furnace, 2013 (Imagem Filmes/Divulgação)

Tudo por Dinheiro

Onde: Netflix

No limite da lei, Walter (Al Pacino) toca um negócio de “consultoria esportiva”: mediante comissão, fornece a apostadores palpites quentes sobre os resultados de jogos esportivos. Seu novo contratado (Matthew McConaughey) é um talento na matéria, e a ideia de Walter é construir um império em torno dele. Não que o filme verse sobre a dinâmica dessa atividade obscura. Seu tema é a natureza perversa dela: quanto mais se ajuda um apostador a ganhar, mais se está empurrando-o para a beira do abismo. McConaughey e Rene Russo, como a mulher de Walter, defendem bem seus papéis. Pacino agarra o seu com unhas e dentes e confirma que é um dos poucos capazes de fazer do histrionismo uma forma de arte.

Tudo por Dinheiro
Two for the Money, 2005 (Universal/Divulgação)

Zona de Risco

Onde: Looke

Na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, um incidente acirra a tensão. Um sargento sul-coreano diz que foi sequestrado e levado até o posto fronteiriço do inimigo, onde teve de matar dois dos três soldados que o ameaçavam para escapar. O norte-coreano sobrevivente alega que o adversário é que invadiu seu posto atirando. Uma investigadora neutra é chamada para deslindar o impasse – e encontra uma história não de hostilidade, mas de profunda amizade. Conhecido pelo violento Oldboy, o diretor Chan-wook Park trata aqui com dramaticidade impecável do rompimento que se impôs aos coreanos nas últimas seis décadas, e faz por esse país dividido mais ou menos aquilo que Wim Wenders fez pela Berlim do Muro em Asas do Desejo: mostrar o que há de lírico e pessoal onde todos só enxergam o político.

Zona de Risco
Gongdong gyeongbi guyeok JSA / Joint Security Area, 2000 (Europa Filmes/Divulgação)

The Rover – A Caçada

Onde: ClaroVideo, HBO GO

“Austrália: dez anos após o Colapso”, anunciam os dizeres no início do filme. Que colapso foi esse não está explicado, mas é no cenário árido e agressivo deixado por ele (e, nesse particular, o sertão australiano não requer maquiagem) que o protagonista, magistralmente interpretado por Guy Pearce, vai empreender uma perseguição implacável aos três bandidos que, após um acidente na estrada, pegam o seu carro para continuar a fuga. A picape deixada pelos ladrões ainda está inteira, e é ela que o homem usa para caçá-los; por que, então, ele não desiste de reaver seu sedã e, por ele, se dispõe a morrer e a matar? O diretor David Michôd, do espetacular Reino Animal, se alinha aqui com a tradição australiana da ficção apocalíptica para encenar uma história de violência tão crua e elementar que às vezes é preciso cerrar os dentes para suportá-la. Quando o protagonista casualmente captura o irmão de um dos três bandidos (Robert Pattinson, saindo-se muito bem), um rapaz com problemas mentais, um elemento mais humano se insinua na trama. Mas é bom não se encher de esperança: Michôd é mesmo um pessimista.

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The Rover - A Caçada
The Rover, 2014 (Vitrine Filmes/Divulgação)

O Corte

Onde: Looke

Bruno (José Garcia) é um homem prestes a explodir: demitido do posto de alto executivo de uma indústria de papel em razão de um corte para racionalização de custos, ele procura emprego em vão há dois anos e enfrenta uma crise familiar por causa disso. Desesperado, parte para uma solução extrema: assassinar o ocupante do cargo que almeja – e também todos os eventuais concorrentes à vaga. Diretor de tramas políticas de alta voltagem como Z (1968) e Estado de Sítio (1973), o grego Costa-Gavras faz aqui uma comédia de humor negro de primeira. Baseado no livro homônimo do americano Donald E. Westlake, O Corte é um retrato sarcástico – mas não de todo inverossímil – da competição de vida e morte no mundo corporativo.

O Corte
Le Couperet, 2005 (Studio Canal/Divulgação)
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