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Por João Batista Oliveira
O que as evidências mostram sobre o que funciona de fato na área de Educação? O autor conta com a participação dos leitores para enriquecer esse debate.
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Capoeira contribui para a aprendizagem escolar?

O que têm em comum a capoeira, as habilidades socioemocionais e o controle das funções executivas? Vejam o que novos estudos dizem sobre isso.

Por João Batista Oliveira 15 jul 2019, 15h50

Capoeira todos conhecem. Habilidades socioemocionais estão na moda, mas nem sempre o tema é abordado com a devida sensatez. Funções executivas ou funções de controle executivo estão na base de tudo. Esse termo, relativamente recente, refere-se ao desenvolvimento de habilidades como atenção, memória e capacidade de auto-regulação do tempo, espaço, da força do braço, da impetuosidade da língua e das emoções – e que podem levar ao progressivo auto-controle. É isso que, em última instância, nos permite ser, conviver e tomar decisões mais equilibradas e mais conscientes. Todas elas, em si, são fundamentais, mas também e sobretudo para promover o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem escolar. Mas o que têm em comum a capoeira, as habilidades socioemocionais e o controle das funções executivas?

Adele Diamond, junto sua colega Daphne Ling, da Universidade de British Columbia, em Vancouver, acabam de anunciar a publicação de uma suculenta revisão da literatura sobre o tema. Desde suas primeiras incursões na área, Adele Diamond identificou nas artes marciais – e também na capoeira – um instrumento potencial para o desenvolvimento dessas habilidades. Na esteira dessas recomendações, implementamos há cerca de três anos pelo Instituto Alfa e Beto um experimento junto ao programa Nova Semente, em Petrolina (PE), que incluía capoeira com e sem o ensino explícito dessas habilidades. Os resultados*começam a aparecer e comprovam a pertinência dessas ideias.

Essa nova revisão da literatura nos permite avançar. Claramente há determinados protocolos e tipos de intervenção que levam a melhores resultados. Há determinadas atividades como artes marciais e capoeira que, intrinsecamente, contêm elementos que facilitam o desenvolvimento dessas habilidades. Também há propostas educacionais – como os programas Tools of The Mind ou a boa aplicação da filosofia educacional Montessori – que, aplicadas de forma rigorosa e consistente, podem levar a esse tipo de resultados. Mas o que importa – de acordo com a conclusão do estudo – não é o tipo de atividade, e sim a maneira como ela é feita.

Após revisar dezenas de estudos com maior ou menor grau de rigor científico, o estudo chega às seguintes e sábias conclusões: “praticamente qualquer atividade poderia constituir um meio para incrementar as “funções executivas”, desde que apresente, de forma consistente, os seguintes elementos: (1) continue a focar as funções executivas de maneiras novas e diferentes; (2) seja significativa para os participantes, inspirando envolvimento emocional e compromisso profundo; (3) tenha um mentor que acredite firmemente na atividade e nos alunos; e (4) proporcione alegria e camaradagem, reduza os sentimentos de estresse, e inspire autoconfiança e orgulho. Prevejo que a maneira como a atividade é feita é mais crítica do que o tipo de atividade”.

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Isso vale para a capoeira, para o desenvolvimento das funções executivas e também para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Nada diferente do que sempre entendemos como sendo os princípios de uma boa educação, feita de maneira íntegra e consistente.

*Hirata, G. The impact of capoeira on children’s executive functions.

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