
O senador Rodrigo Pacheco faz suspense, diz que só vai se pronunciar sobre o pedido de prorrogação da CPI da Covid em agosto, mas já sabe que não tem como impedir a renovação do prazo por mais 90 dias.
O presidente do Senado não é doido de dar margem a levar mais uma invertida do Supremo Tribunal Federal que, em abril, determinou a abertura da CPI depois de Pacheco segurar o pedido durante meses.
Na ocasião, levou um baque no prestígio que vinha seguindo em alta. Agora não cometerá o mesmo erro de cálculo. Ainda mais nesse momento em que está com um pé (talvez os dois) no PSD de Gilberto Kassab que quer fazer do presidente do Senado candidato à Presidência da República.
Um ás nos meios de modos da política, Kassab quer distância de Bolsonaro, conduz Pacheco para o mesmo caminho e a prorrogação da CPI é um dado importante nessa trajetória de distanciamento. Além disso, uma eventual negativa seria inútil, pois a cúpula da comissão recorreria ao Supremo e de novo sairia ganhando. Ao presidente do Senado restaria apenas o ônus de ter comprado uma briga perdida.