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Por Laryssa Borges
A repórter Laryssa Borges, de VEJA, relata sua participação em uma das mais importantes experiências científicas da atualidade: a busca da vacina contra o coronavírus. Laryssa é voluntária inscrita no programa de testagem do imunizante produzido pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson.
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Bebidas alcoólicas podem afetar a eficácia das vacinas?

Pesquisas científicas mostram que o consumo excessivo de álcool afeta o sistema imunológico

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 dez 2020, 08h22

23 de dezembro, 13h58: Autoridades russas alarmaram o mundo ao anunciar, no início de dezembro, que a ingestão de bebidas alcoólicas pode afetar significativamente a eficácia das vacinas contra a Covid-19. A celeuma começou depois que a chefe do órgão de segurança do consumidor da Rússia, Anna Popova, afirmou que as pessoas que tiverem sido vacinadas com a Sputnik V deveriam se abster de álcool por quase dois meses. O diretor do Instituto Gamaleya, centro que fabrica os imunizantes em Moscou, disse que não era para tanto. Um gancho de três, talvez seis dias, era o suficiente, afirmou Alexander Gintsburg. Três dias, seis ou dois meses? O estrago já estava feito.

Estudos científicos detalham há anos que o excesso de álcool é um imunodepressor, o que significa que pessoas que bebem muito são mais suscetíveis a infecções. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, por exemplo, afirmaram que o consumo crônico de bebidas alcoólicas reduz o número de determinadas células T, desequilibra os diferentes tipos desses organismos e ainda prejudica o funcionamento deles. Os linfócitos T são aqueles com funções imunológicas de resposta contra vírus. Em 2012, outros cientistas, desta vez suecos, concluíram que o consumo de bebidas alcoólicas em níveis de baixo a moderado afetava discretamente como o corpo reagia à vacina contra pneumonia bacteriana, ainda que não tenha interferido na resposta imunológica em si.

Como voluntária do estudo desenvolvido pelo laboratório Janssen-Cilag, não fui orientada a moderar no consumo de bebidas alcoólicas nem antes nem depois de ter recebido a minha dose, em 17 de novembro. No Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, documento que reúne todas as instruções para aqueles que, como eu, se submetem a testes com o imunizante experimental, houve pequenas alterações na orientação geral aos pacientes, como a obrigatoriedade de utilizar pílulas anticoncepcionais pelo menos 28 dias antes de receber o antígeno, mas nenhuma ressalva em relação a bebidas. Voluntários dos estudos clínicos da Oxford/AstraZeneca e da Pfizer também não foram instruídos a se abster de álcool durante a pesquisa.

Depois das informações desencontradas das autoridades russas, cientistas enfim vieram a público para deixar claro que não é necessário haver um banimento de bebidas alcoólicas durante a futura vacinação. Trata-se mais de limitar o consumo a níveis razoáveis para permitir que o corpo, após receber as doses de vacina, encontre um ambiente favorável para produzir os anticorpos. Tim-tim!

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