Bruno Araújo: ‘Sergio Moro seria um grande vice’
Ao Amarelas On Air, presidente do PSDB nega defender prévia da 3ª via, vê ex-juiz como bom número dois e diz que união do centro garantiria ida ao 2º turno
Responsável por conduzir as prévias que escolheram o candidato do PSDB à Presidência, o presidente nacional do partido, Bruno Araújo, minimiza o racha interno e afirma que a legenda será capaz de se unir em torno de João Doria na disputa pelo Palácio do Planalto. Entrevistado desta semana do Amarelas On Air, programa de entrevistas de VEJA, o dirigente nega ter proposto uma espécie de prévia da terceira via, na qual todos os nomes já colocados disputariam a cabeça de uma única chapa ao centro do espectro político. Mas insiste que a união dessas candidaturas teria lugar praticamente garantido no segundo turno da corrida presidencial.
“Quanto mais concentrarmos essa alternativa de centro, se houver a possibilidade de ter apenas uma candidatura – com as que polarizam o processo e com a de Ciro Gomes -, uma única candidatura nesse campo de centro, ela tem uma altíssima probabilidade de ir ao segundo turno, tomando um desses lugares que polarizam a eleição”, afirmou Araújo, acrescentando que a ideia de uma prévia entre os candidatos já colocados teria sido ventilada pelo presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar.
A entrevista de Araújo ocorre poucos dias após um encontro ocorrido no último sábado entre governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, derrotado por Doria nas prévias tucanas, e o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, pré-candidato ao Planalto pelo Podemos. Araújo minimizou a simbologia por trás da reunião e negou que se trate de um recado para Doria. Para ele, o fato de o ex-juiz ter procurado Leite apenas demonstra a relevância do PSDB no processo eleitoral.
“Será que, se o protagonista que mais pontua no campo do centro vai visitar o nosso segundo colocado, não demonstra a importância do PSDB? Ou nós estarmos aqui com o Amarelas On Air conversando com o presidente do PSDB?”, indagou. Questionado se Moro poderia se encaixar na vaga de vice de Doria, emendou: “Sérgio Moro, não tenho a menor dúvida, seria um grande vice”.
Apresentado por esta colunista, o Amarelas On Air desta semana contou com a presença dos jornalistas convidados, Eduardo Kattah, editor de Política do jornal O Estado de S. Paulo, e Joelmir Tavares, repórter de Política do jornal Folha de São Paulo.
Durante a entrevista, Araújo confirmou que deixará a vida pública em maio do ano que vem, quando termina seu mandato à frente do PSDB. E falou abertamente sobre alguns dos principais personagens da disputa interna tucana. Ele rebateu, por exemplo, as críticas que recebeu do deputado Aécio Neves (MG), que articulou nos bastidores a pré-candidatura de Eduardo Leite. “Eu sou apenas um dos nomes da lista de críticas do deputado Aécio Neves. Eu, João Doria, Geraldo Alckmin, Luiz Inácio Lula da Silva, Deus e o mundo”, ironizou.
E disparou contra o governador Geraldo Alckmin, ao condenar as articulações do tucano para supostamente compor uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa do ano que vem. Ao fazer uma comparação com o Marechal Philippe Pétain – que saiu da Segunda Guerra Mundial como traidor e colaborador com o regime nazista -, o dirigente disse esperar que Alckmin não cometa um “erro histórico”. “Geraldo Alckmin tem um nome honrado. E eu espero que ele não use o seu nome para tentar limpar a história do PT.”
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Leia mais sobre o Amarelas On Air e sobre bastidores da política nacional em https://veja.abril.com.br/blog/clarissa-oliveira/