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Contrariando expectativas, arquiteto estrelado cria prédio ‘invisível’ para o Facebook

Aos 86 anos, Frank Gehry, faz releitura de um tipo de obra que se tornou alvo de críticas

Por Mariana Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2020, 00h24 - Publicado em 30 set 2015, 16h24
Vista aérea do QG do Facebook: difícil de saber onde começa e onde termina (Foto Facebook)

Vista aérea do QG do Facebook: difícil de saber onde começa e onde termina (Foto Facebook)

De todos os arquitetos do mundo que Mark Zuckerberg poderia escolher para projetar a nova sede de seu Facebook, foi o canadense Frank Gehry, 86 anos, o eleito para a missão. Gehry se notabilizou a partir dos anos 1980 com prédios mirabolantes que parecem ter as partes soltas ou estarem se desfazendo, como o Museu Guggenheim de Bilbao ou a Disney Concert Hall, em Los Angeles. Por isso, muita gente apostou que a história se repetiria, e o Facebook ganharia um complexo gigantesco e desafiador da engenharia e da gravidade. Para essas pessoas, a nova sede da empresa é um grande anticlímax.

Gehry sempre manifestou a convicção de que, mais do que oferecer abrigo, a arquitetura deve ter a habilidade de provocar experiências. A ideia aparece no recém-lançado The Life and Work of Frank Gehry (A vida e o trabalho de Frank Gehry), do crítico de arquitetura e vencedor do prêmio Pulitzer Paul Goldberger. Também é presente na trajetória de toda a constelação de arquitetos da qual Gehry faz parte, incluindo nomes como Zaha Hadid e Rem Koolhaas. O grupo ganhou fama a partir dos anos 1990 com obras extravagantes que alavancaram o ofício ao status de celebridade.

Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, uma das obras-primas de Gehry

Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, uma das obras-primas de Gehry

Frank Gehry levanta o dedo do meio para um repórter que havia perguntado se sua arquitetura não passa de espetáculo

Frank Gehry levanta o dedo do meio para um repórter que havia perguntado se sua arquitetura não passa de espetáculo

Nas últimas décadas, porém, os custos para botar essas estruturas em pé e a falta de conexão com o entorno das cidades onde foram construídas colocaram a turma sob fortes críticas. O próprio Gehry reagiu muito mal ao novo momento. No ano passado, levantou o dedo do meio durante uma coletiva de imprensa após ser questionado por um repórter se a arquitetura que fazia não passaria de espetáculo.

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Tivesse Gehry esperado mais um ano e conseguiria resposta muito melhor: a própria sede do Facebook. O prédio chama a atenção não por sua estrutura mirabolante, mas por ser quase invisível. Com 40.000 metros quadrados e capacidade para abrigar os 2.800 funcionários da empresa, é coberto por um jardim que faz com que a vista aérea do local se resuma a grama, árvores e trilhas. A solução, ecologicamente correta e visualmente interessante, continua oferecendo uma experiência, só que de outra ordem.

Por dentro, é o maior escritório aberto do mundo. Exceto por algumas salas de reunião, não há divisórias nem salas exclusivas. A disposição é um incentivo à troca de ideias e ao trabalho em equipe. O próprio Zuckerberg trabalha em uma mesa instalada entre as dos demais funcionários, tema de um vídeo postado por ele algumas semanas atrás:

https://videos.abril.com.br/veja/id/200fbc767c9e39a6bf4c9ce7bfa9097e?
A cobertura verde do Facebook e seu interior despojado comprovam que o “menos é mais” voltou a imperar na arquitetura. No início deste mês, Zaha Hadid teve de refazer as contas e seu projeto para o estádio das Olimpíadas de Tóquio. Ninguém duvida da capacidade dos arquitetos estrelados de se reinventar e aplicar um bem-vindo redutor a seus espetáculos.

Falta agora responderem como entrosarão melhor seus projetos com a vizinhança. Nesse caso, o prédio do Facebook não avança em nada. Está isolado em Menlo Park, na Califórnia, cidadezinha onde tudo gira em torno do Facebook e os deslocamentos dependem do carro. Mas cuidado. Se Gehry for questionado sobre esse aspecto, talvez responda com outro dedo do meio.

 

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