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Editorial do Estadão: Pouca-vergonha

Publicado no Estadão Ontem, neste espaço, criticamos a Unasul por tratar o Brasil como uma república bananeira, ao ameaçar o país de exclusão se a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment. Manifestamos indignação porque, afinal, as instituições democráticas aqui funcionam plenamente, sendo independentes e capazes de tomar as mais graves decisões sempre em respeito ao que […]

Por Da Redação Atualizado em 31 jul 2020, 00h18 - Publicado em 16 out 2015, 16h34

Publicado no Estadão

Ontem, neste espaço, criticamos a Unasul por tratar o Brasil como uma república bananeira, ao ameaçar o país de exclusão se a presidente Dilma Rousseff sofrer impeachment. Manifestamos indignação porque, afinal, as instituições democráticas aqui funcionam plenamente, sendo independentes e capazes de tomar as mais graves decisões sempre em respeito ao que prevê a lei. Não era preciso que um preposto do bolivarianismo nos viesse dizer o que fazer e como fazer. Mas talvez não devêssemos estar tão certos a respeito das virtudes dos tripulantes dessas instituições que ainda funcionam. É que algumas das principais lideranças políticas, que ocupam hoje os mais altos cargos da República ou que por ali já passaram, comportam-se, elas sim, como se o país fosse uma bodega – onde, como se sabe, não se discutem princípios, apenas o preço.

É isso o que estão fazendo a própria Dilma, seu padrinho e guru, o ex-presidente Lula, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e todos os demais envolvidos nas indecorosas maquinações que pretendem salvar a pele da presidente e de Cunha.

Para ter uma dimensão do que se está urdindo nos subterrâneos de Brasília, convém recapitular o que está em questão. A presidente Dilma teve sua contabilidade de 2014 rejeitada pelo Tribunal de Contas da União, que viu nela sinais evidentes de acobertamento de malfeitos danosos aos cofres públicos, motivo mais que suficiente para que seu mandato sofra questionamentos jurídicos e políticos. Há indícios fortes, além disso, de que a campanha da reeleição foi alimentada por recursos obtidos de forma escusa. Cunha, por sua vez, foi reconhecido pelas autoridades suíças como beneficiário de diversas contas bancárias naquele país, algo que ele havia negado à CPI que investiga o escândalo da Petrobras, no qual, suspeita-se fortemente, o poderoso deputado carioca está envolvido até a medula. Tanto Dilma quanto Cunha, portanto, têm sérias contas a acertar com o país.

Mas eis que, então, entra em cena o incansável Lula, aquele que, um dia, quando era oposição, denunciou a existência de “300 picaretas” no Congresso e que depois, para manter o poder, elevou a picaretagem à categoria de política de Estado. Ao que se sabe até aqui, Lula, em pessoa ou por meio de seus peões, como o ministro Jaques Wagner (Casa Civil), está negociando com Cunha um acordo que, se concretizado, resultará em uma das maiores afrontas lançadas pelo lulopetismo, tão pródigo em escândalos, à Nação e à democracia.

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Pelos termos do conchavo que chegaram ao conhecimento público, Cunha se comprometeria a não deflagrar um processo de impeachment contra Dilma se o governo ajudar a salvar o mandato do deputado, abafando o processo aberto contra ele no Conselho de Ética da Câmara. Há até mesmo relatos, noticiados pelo jornal O Globo, segundo os quais Cunha teria exigido também que o governo dificulte as investigações da Operação Lava Jato contra ele e seus familiares e que troque o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pois este não consegue “controlar” a Polícia Federal.

O governo sabe que não tem como atender a todas as reivindicações de Cunha, especialmente em relação à Lava Jato, pois a Polícia Federal e o Ministério Público têm se comportado com a correção de órgãos do Estado e não de beleguins do governo. Talvez não tenha nem como garantir os votos necessários para proteger Cunha, razão pela qual Dilma suspendeu o corte de 3 mil cargos comissionados, anunciado recentemente pela presidente como parte de seu “esforço” para pôr as contas em ordem, pois precisa deles para saciar a voracidade da alcateia que responde pelo nome de “base aliada”. Mas Lula e Dilma sabem que é preciso ao menos mostrar que estão empenhados em agradar a Cunha, pois o presidente da Câmara ainda detém a caneta que pode selar o destino da petista. “Se eu for bem tratado, pode ser que tenha boa vontade com o governo. Mas, se não for, posso tomar minha decisão mais rápido”, ameaçou Cunha em almoço com Temer e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Portanto, é em termos que fariam corar até frade de pedra que Cunha, Lula e grande elenco encenam um deprimente espetáculo de imoralidade política, que de nenhuma maneira condiz com o país decente que os brasileiros esperam construir toda vez que depositam seu voto na urna.

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