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“Uma crise sem segredos” e outras cinco notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann CARLOS BRICKMANN De Dilma, sobre a pressão para que afaste seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy: “Quando digo não, não há outra opção, é não e acabou”. Beleza: a presidente que não sabe se fica sustenta o ministro que não sabe se aguenta ficar. Defende a política econômica que […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 00h16 - Publicado em 21 out 2015, 11h55

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN

De Dilma, sobre a pressão para que afaste seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy: “Quando digo não, não há outra opção, é não e acabou”. Beleza: a presidente que não sabe se fica sustenta o ministro que não sabe se aguenta ficar. Defende a política econômica que atacou na campanha e que é condenada não só por seu partido, mas por Lula, seu padrinho político. Lula quer porque quer trocar Levy por Henrique Meirelles, presidente do grupo Friboi, não se sabe bem por que, já que a política econômica não mudaria tanto de um para outro.

Então a solução é a oposição? Há controvérsias: a oposição concorda com a atual política econômica de Joaquim Levy, mas vota contra, derrubando até as normas que criou quando estava no governo.

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E pode ser complicado decretar que a crise é moral e exigir providências legais para resolvê-la. O substituto natural de Dilma é o vice Michel Temer ─ mas irregularidades nas contas da campanha o atingem tanto quanto a Dilma, já que foram companheiros de chapa. O segundo é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O terceiro é o presidente do Senado, Renan Calheiros. Cunha e Renan estão na lista de alvos de delação premiada, e Cunha enfrenta o problema das contas suíças que jura que não tem. Certamente são contas de mau caráter, dissimuladas, que disfarçam tão bem que, puxa, seria possível acreditar que são dele sim.

Mas há ainda outra opção. O quarto substituto é o presidente do Supremo, ministro Ricardo Lewandowski.

É simples entender o tamanho da crise.

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Mamando na criseO Governo Federal tem hoje 103.313 funcionários comissionados ─ nomeados sem concurso, geralmente em função de seu QI (Quem Indica). Destes, 22.019 ocupam cargos de Direção de Assessoramento Superior, DAS, com salários de até R$ 31.700 mensais. O empreguismo existe desde sempre no Brasil: o poder emprega, o cidadão paga. Mas se acelerou ultimamente: Lula, em oito anos, criou 18.300 cargos de confiança; Dilma, em quatro, 16.300. No total, 34.600.Por isso se pensa tanto em novos impostos. Não há arrecadação que chegue.A guerra continuaA CPI do BNDES ordenou que o banco lhe envie todos os contratos de financiamento acima de R$ 50 milhões ─ o que inclui as obras financiadas no Exterior e boa parte dos financiamentos aos “campeões nacionais”, grupos escolhidos pelo governo para crescer. O prazo máximo previsto é segunda-feira que vem. Se não houver imprevistos, se o BNDES obedecer, se a CPI exigir que a ordem seja cumprida, finalmente o país saberá a resposta à pergunta da repórter Consuelo Diéguez, em excelente reportagem na revista “Piauí” de outubro: “Desde 2008, o BNDES emprestou o equivalente a 10% do PIB para empresas escolhidas pelo governo acelerarem o crescimento. Onde foi parar este dinheiro?”Como diria Caetano, “ou não” De qualquer forma, o governo já tomou providências para reduzir os danos. Quase 800 documentos referentes às relações governamentais com a Odebrecht ─ cujo presidente, Marcelo Odebrecht, está preso por ordem do juiz Sérgio Moro ─ foram classificados como “secretos” ou “reservados”. Alguns só poderão ser revelados em 2030. Como dizia o ministro Ricúpero, o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde.

No caso, o governo optou por esconder.


O Mudo, de novo

O Exército passou anos em silêncio ─ silêncio bem-vindo, silêncio apropriado para a instituição conhecida como O Grande Mudo. Mas, há poucos dias, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, falou, considerando preocupante a situação. Também há poucos dias, o general Antônio Mourão, chefe do Comando Militar do Sul, nosso mais poderoso efetivo militar, criticou os políticos. “(…) parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões (…)”, e disse que “mudar é preciso”. 

Nada diferente do que nós, civis, falamos sempre ─ mas o general não é civil. Mourão falou para um grupo fechado, o CPOR, em palestra fechada, descoberta pelo colunista Túlio Millman, de “Zero Hora”. Não era para o público. Mas também rompeu o silêncio. Que é que está levando o Grande Mudo a falar?

O porta-voz da morte

O cavalheiro é professor universitário, com mestrado e doutorado pela USP, foi do PT, hoje integra o PCB (não o tradicional Partido Comunista, hoje chamado de PPS, mas outro que usa o mesmo nome), foi candidato a presidente da República, tendo 0,05% dos votos. Para expor suas teses de radicalização, sem diálogo, citou em assembleia um poema de Bertolt Brecht e sugeriu o fuzilamento de quem for contra o comunismo. Sua frase: ”Nós sabemos que você é nosso inimigo, mas considerando que você, como afirma, é uma boa pessoa, nós estamos dispostos a oferecer o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, com uma boa bala. E vamos oferecer, depois de uma boa pá, uma boa cova. Com a direita e o conservadorismo nenhum diálogo, luta.” (https://www.youtube.com/watch?v=hQVHzFxMakw)

Como disse o rei Juan Carlos a Hugo Chávez, ¿Por qué no te callas?

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