O ano passado, foi marcado por grande calor e seca na maior parte do mundo. A culpa foi do El Niño, fenômeno natural, que acontece periodicamente, a cada cinco ou sete anos, aumentando a temperatura das águas do Oceano Pacífico. Quando ele surge, os eventos climáticos ficam mais intensos no mundo todo. Nesta segunda-feira, 7, a agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU) publicou o balanço sobre as condições climáticas de 2023 e apontou que esse foi o mais seco e quente dos últimos 30 anos.
O calor e a estiagem provocaram a maior baixa dos rios. O documento ressalta também a situação como uma consequência da aceleração das mudanças climáticas, diretamente ligada à alta emissão de gases de efeito estufa. Os especialistas apontam com preocupação o derretimento dos glaciares, que foi o maior dos últimos 50 anos, o que ameaça o abastecimento dos cursos de água e a segurança hídrica universal de milhões de pessoas. Mais de 3,6 bilhões de pessoas têm acesso adequado às águas por pelo menos um mês. Até 2050, esse número deve subir para 5 bilhões.
Metade das bacias globais apresentaram vazão anormal. Na Ásia e na Oceania, as grandes bacias dos rios Ganges, Brahmaputra e Mekong apresentaram condições abaixo do normal em quase todos os seus territórios. Nas Américas, os rios mais afetados foram o Amazonas, no Brasil, e o Mississípi, nos EUA.
2024 promete atingir máximas históricas
Também avisou que 2024 deve quebrar mais recordes. No Brasil, a região Norte, colocou quase todos os municípios em estado de emergência. O Rio Negro, por exemplo, que passa por Manaus, baixa 19 centímetros a cada dia. Na última sexta-feira, 4, atingiu o nível mais baixo dos últimos 122 anos. Grandes embarcações não entram mais no porto da capital. Eles estacionam em locais mais distantes e com a ajuda de barcos menores, a mercadoria chega à cidade.
A logística do agronegócio também foi afetada. O transporte de soja está interrompido na região pela diminuição da vazão do Rio Madeira, outro importante corredor hidroviário que leva os grãos de Mato Grosso e Rondônia para os portos de exportação do Amazonas.
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