Maior afluente do Amazonas que banha a capital, o Rio Negro é uma preocupação para o estado. As águas baixam 19 centímetros por dia, em média, desde o início da seca. Nesta sexta-feira, 3, atingiu o nível mais baixo dos últimos 122 anos de medição: 12,66 metros, segundo o Porto de Manaus. O Negro é o maior rio em extensão do Amazonas e o mais volumoso do mundo. Isso tem grande impacto econômico para a região. Desde que o rio chegou a cota mínima de segurança, 16 metros de profundidade, a Praia de Ponta Negra, uma das grandes atrações turísticas de Manaus, foi interditada, o que prejudica o turismo. Na cidade, os cargueiros não atracam mais. Param antes e esperam embarcações menores para transferir as mercadorias e então seguirem para a capital, o que deve encarecer os produtos.
Manaus tem papel importante na economia nacional. A Zona Franca é polo de produção de eletrodomésticos, veículos, motos, bicicletas e microcomputadores. O estado tem o quinto maior PIB do Brasil. Além de dificultar o escoamento, a seca dos cursos d’água, causou o fechamento de 29 escolas da zona rural, localizadas ao longo do Rio Negro, em setembro. Há ainda 16 unidades educacionais no Rio Amazonas que continuam com o calendário escolar. Mas devem encerrar as atividades no dia 18, de acordo com a Secretaria de Educação Municipal.
Fora isso, ainda tem as queimadas. Há 164 focos ativos no estado, segundo o Inpe. Desde o começo do ano a região teve 22 344 incêndios. É o terceiro estado que mais queimou este ano. Em primeiro lugar, está Mato Grosso, com 46 780 incêndios, em seguida Pará, com 36 767. Os três estados representam praticamente metade dos incêndios de todo o Brasil, que hoje reina como o pais com a maior emissão de gases do efeito estufa do mundo.
Menores níveis históricos do rio
Em relação à série histórica, os menores níveis do rio foram registrados em 1963 (13,64 m), 2010 (13,63 m), 2023 (12,70 m), e o de hoje, 3 de outubro de 2024 (12,68 m).