Criado durante a COP 26, Conferência da ONU para o Clima realizada em Glasgow, em 2021, o Fundo de Financiamento Inovador para a Amazônia, Cerrado e Chaco vem enfrentando dificuldades para ser implantado.
O plano foi desenvolvido para beneficiar agricultores da América do Sul que estejam empenhados em produzir sem desmatar ou que estejam implementando medidas de conservação.
Essa iniciativa teve como orçamento inicial 1 bilhão de dólares, cerca de 5 bilhões de reais, para fazendas de soja e pecuária da América do Sul, incluindo o Brasil.
Os recursos são bancados por empresas do setor financeiro e do agronegócio e incluem a ONG The Nature Conservancy, o Fórum Econômico Mundial, a Tropical Forest Alliance e a ONU.
A iniciativa consiste no financiamento de gricultores com taxas de juro favoráveis.
Eles devem, em contrapartida, se comprometer a não desmatar ou a investir em projetos de conservação.
Para 2022, o fundo previa a injeção de 222 milhões de dólares em recursos, cerca de 1,1 bilhão de reais. Mas, durante o ano passado, menos da metade foi de fato empenhado.
Segundo representantes do fundo, a demora acontece devido aos custos e ao tempo necessário para estruturar os projetos.
A escalada das taxas de juros no mundo também aumentou o custo das linhas de crédito, afugentando interessados.
Mesmo assim, o dinheiro desembolsado em 2022 beneficiou sobretudo produtores do Cerrado brasileiro.
E, para este ano, a ideia é expandir o financiamento para produtores da Amazônia e para regiões da Argentina e do Paraguai.
Os organizadores dizem que o fundo é a primeira iniciativa do tipo a financiar a produção de carne bovina e soja sem desmatar a Amazônia, o Cerrado e o Chaco, três dos principais biomas sulamericanos.
Tanto no Brasil quanto nos países vizinhos, a soja e a pecuária são os principais motores do desmatamento.