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Pesquisa mostra falta de comprometimento da moda com meio ambiente

Levantamento com  60 grandes empresas analisa transparência em emissões de carbono, rastreabilidade, desmatamento e uso de energia renovável.

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 nov 2025, 07h04 - Publicado em 4 nov 2025, 19h08

Principal pesquisa do país sobre a divulgação de informações sociais e ambientais por marcas de moda, o Índice de Transparência Moda Brasil avalia anualmente o quanto as empresas brasileiras publicam dados sobre práticas e impactos em toda a cadeia de valor. O relatório anual desenvolvido pelo Instituto Fashion Revolution Brasil procurou descobrir o comprometimento de sessenta empresas do setor com o meio ambiente. Os dados apontam que mesmo sendo o segundo setor que mais polui — perdendo apenas para o petróleo —, o setor pouco faz para sair desse lugar de vilão da crise climática.

O estudo avaliou cinco índices: transparência em emissões de carbono, rastreabilidade, desmatamento, uso de energia renovável e transição justa. A pontuação média geral entre as 60 marcas analisadas foi de apenas 24%. Apenas duas empresas se destacaram com boas práticas, Renner e Youcom, que conseguiram atingir 74%.  Das marcas avaliadas, 27 não divulgaram sequer dados básicos sobre emissões de gases de efeito estufa, uso de energia renovável ou estratégias para proteger trabalhadores da cadeia de produção. “É impossível ignorar a relação entre a moda e a crise climática”, afirma Isabella Luglio, coordenadora de pesquisa no Fashion Revolution Brasil. A menos de cinco anos do prazo estabelecido pelo Acordo de Paris, o setor não age com a urgência necessária. O índice não tem o objetivo de expor as marcas, mas de mapear problemas e incentivar que sejam resolvidos. “Queremos que ele funcione como um instrumento de mobilização e pressão, para que o setor assuma sua responsabilidade com o meio ambiente e com os trabalhadores.”

O setor da moda ainda enfrenta graves falhas de transparência e comprometimento climático, o que mostra distanciamento entre discurso e prática sustentável. A maioria das marcas não divulga inventários completos de emissões, carece de metas robustas de descarbonização e mantém progresso opaco na redução de gases de efeito estufa. Além disso, faltam compromissos concretos com desmatamento zero, transição justa e rastreabilidade da cadeia produtiva — fatores essenciais para que o setor cumpra metas globais de clima e direitos humanos. Em síntese, o estudo evidencia que, sem dados precisos, metas verificáveis e ações inclusivas, a moda continuará sendo uma das indústrias mais poluentes e desiguais do planeta. Abaixo, os principais pontos:

EMISSÃO DE CARBONO Os principais achados: apenas 37% das marcas reportam emissões de carbono — que representam 96% da pegada do setor. Entre as poucas que divulgam, o total já soma 59,3 milhões de toneladas de carbono, mais do que as emissões anuais de Portugal. Apenas 27% têm metas aprovadas pela Science Based Targets Initiative.

DESMATAMENTO

Quase 90% não demonstram progresso mensurável, enquanto 80% seguem sem prazos públicos para desmatamento zero.

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ENERGIA RENOVÁVEL

Poucas marcas informam o uso real de energia renovável, e muitas ainda dependem de gás natural, biomassa e até carvão importado.

CONDIÇÕES DE TRABALHO

A transparência sobre condições de trabalho e investimentos em mitigação climática é mínima, com 65% das empresas sem dados sobre transição justa e menos de um quarto rastreando suas matérias-primas. O quadro reforça a urgência de uma transformação profunda na cadeia da moda, combinando redução efetiva de emissões, justiça social e rastreabilidade total.

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