Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Pesquisa mostra desafios para uma economia dos oceanos sustentável

Para especialistas, investir em iniciativas de descarbonização dos transportes marítimos é um dos caminhos para fortalecer a economia marinha

Por Nathan Fernandes
Atualizado em 29 jun 2021, 17h52 - Publicado em 16 jun 2021, 10h52
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A economia dos oceanos, que abrange atividades que vão de pesca e navegação a turismo e biotecnologia marinha, deve alcançar um valor estimado em US$ 3 trilhões, de acordo com uma estimativa feita, antes da pandemia, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, uma organização econômica intergovernamental sediada na França. A quantia representa o dobro do valor estimado em 2010, quando alcançava US$ 1,5 trilhão. 

    Apesar do rápido crescimento econômico, pesquisadores da Universidade British Columbia, no Canadá, apontaram as principais barreiras para o desenvolvimento sustentável do setor. Segundo o relatório divulgado no último dia 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, será preciso um esforço como o do Acordo de Paris para que os investimentos na área sejam alinhados com a saúde dos mares. 

    “Uma economia dos oceanos sustentável requer ecossistemas marinhos saudáveis ​​e resilientes, os quais estão sendo severamente ameaçados por pressões antropogênicas e climáticas”, apontou o primeiro autor do estudo, Rashid Sumaila, professor do Instituto de Oceanos e Pescarias da Universidade British Columbia. “Existem muitas oportunidades para governos, instituições financeiras e outros participantes obterem ganhos financeiros neste tipo de economia sustentável — mas também existem muitas barreiras que precisam ser superadas.”

    Os pesquisadores identificaram quatro principais barreiras a serem levadas em consideração: a fragilidade do setor em atrair investimentos sustentáveis; a insuficiência dos investimentos públicos e privados; a capacidade limitada dos atores em desenvolver projetos financeiramente atraentes; e o alto risco dos investimentos no setor. 

    Para a bióloga Janaína Bumbeer, especialista em conservação da biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, é preciso acabar com a falsa dicotomia que contrapõe desenvolvimento econômico e proteção ambiental. “A economia verde já está muito bem estabelecida, mas a economia azul é algo que ainda está sendo internalizada, porque o oceano parece mais distante de grande parte da população”, disse. 

    Continua após a publicidade

    Bumbeer citou o estudo “Soluções oceânicas que beneficiam as pessoas, a natureza e a economia” (Ocean Solutions That Benefit People, Nature and the Economy, em inglês), elaborado com o apoio do instituto de pesquisa WRI, que mostra a viabilidade dos investimentos sustentáveis na área. De acordo com o documento, o investimento de US$ 2,8 trilhões em iniciativas como descarbonização dos transportes marítimos e conservação e restauração dos manguezais podem render benefícios de US$ 15,5 trilhões até 2050. 

    “É possível fazer uma transição para uma economia azul, mas isso, de fato, exige muito esforço e planejamento, bem como um realinhamento dos incentivos e reformas profundas”, afirmou Bumbeer. Para isso, a tecnologia e o compartilhamento de informações sem fronteiras são fatores essenciais. 

    De acordo com a bióloga, é preciso ainda mudar a forma como contabilizamos o valor do oceano, considerando sua importância em mitigar as alterações climáticas e em balancear os ecossistemas, condições fundamentais para o desenvolvimento econômico. “Quando a gente entender que o oceano contribui para a economia, não só através do PIB, mas também de uma forma mais holística, vamos entender melhor o seu valor, o que refletirá nos investimentos e no seu uso sustentável”, disse.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.