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ONU redige acordo internacional para redução do lixo plástico

Quinta rodada de negociações (e provavelmente a última) reúne delegados de 175 países para fechar tratado, na Coreia do Sul

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 nov 2024, 21h36 - Publicado em 25 nov 2024, 21h22

Vários dos delegados que estavam na Convenção do Clima da ONU (COP 29), encerrada no último fim de semana, fizeram as malas e foram para a Coreia do Sul para mais um desafio ambiental: a quinta e provavelmente última reunião do Comitê de Negociações Intergovernamentais (sigla em inglês, INC-5) sobre a redução do lixo plástico no mundo. No último encontro, em Otawa, a reunião não conseguiu chegar a um documento, porque a diminuição do descarte desse material implica em corte de produção, o que não agrada países petrolíferos como China e Arábia Saudita.

“A diminuição da poluição plástica passa por muitos interesses econômicos”, diz a advogada ambiental Renata Franco, que participou da COP 29. “A sustentabilidade financeira sempre interfere na estratégias de preservação ambiental.”  O INC-5 foi criado justamente para redigir um tratado internacional, que altere os atuais padrões de produção e descarte de plástico. A primeira reunião aconteceu em 2022, em Punta del Este, no Uruguai, com representantes de 160 países e a decisão pelo fim da poluição plástica foi a aclamada como a mais importante desde o Acordo de Paris. “Precisamos melhorar a reciclagem e o desperdício de material, mas se não diminuirmos a produção e consumo, não seremos capazes de lidar com o descarte daqui a dez anos”, disse Anne Beathe Tvinnereim, a primeira ministra internacional do desenvolvimento, da Noruega, ao jornal britânico The Guardian.

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O problema é grande. Se continuar nesse ritmo produtivo, o lixo plástico vai triplicar até 2060. Metade deve acabar em aterro e apenas um quinto será reciclado. Atualmente o material faz parte das soluções industriais de todas as áreas, desde o segmento alimentício até o da construção. O mundo produz 430 milhões de toneladas por ano. Apenas 9% é reciclado. Dois milhões de toneladas já foram parar nos oceanos, matando animais e afetando a saúde humana. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, calcula que o custo anual ambiental é de US$ 1,3 trilhão –o mesmo valor negado pelos países desenvolvidos, durante a COP 29, para o mundo cumprir as metas do Acordo de Paris e mitigar os impactos já em curso do aquecimento global.

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