Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

O primeiro destino brasileiro que quer se ver livre em emissões de carbono

O arquipélago de Fernando de Noronha acelera projetos sustentáveis - não é apenas uma ambição visionária, mas um plano em curso

Por Sabrina Brito Atualizado em 4 jun 2024, 11h32 - Publicado em 1 jul 2022, 06h00

O arquipélago de Fernando de Noronha, na costa Nordeste do Brasil, é formado por 21 ilhas, ilhotas e rochedos espalhados por 26 quilômetros quadrados. Para chegar até esse pequeno paraíso terreno que faz parte de Pernambuco, o visitante precisa usar barco ou avião. Estima-se que 55% das emissões de gases de efeito estufa na região sejam produzidos por aeronaves que realizam o trajeto de ida e volta. Embora tenha uma frota de quase 1 500 veículos, entre caminhões, carros, ônibus e outros meios, os transportes terrestres representam apenas 10% da poluição total. Com índices como esses, tornar-se efetivamente um destino que emite baixíssima quantidade de carbono não é apenas uma ambição visionária, mas um plano em curso.

Várias iniciativas adotadas recentemente e novos programas já engatados devem tornar Noronha um exemplo nacional no combate à poluição. O Projeto Carbono Zero é um deles. Segundo as autoridades locais, sua missão é proibir a entrada e circulação de novos veículos a combustão nas ilhas a partir de 2023. Com isso, até 2030 todos os carros locais serão elétricos — algo inédito no país. Por meio de um decreto distrital, foi vetada também a entrada de plásticos de uso único, como sacolas e canudos. Assim, pretende-se proteger não só o ecossistema terrestre como o marinho, que tornou o arquipélago bastante conhecido no Brasil e no mundo.

SEM GASOLINA - Projeto Trilha Verde: carros elétricos são prioridade nas ilhas -
SEM GASOLINA - Projeto Trilha Verde: carros elétricos são prioridade nas ilhas – (Renault/Divulgação)

Mudar a infraestrutura local é outra iniciativa em andamento. O Projeto Trilha Verde Noronha, lançado pela Neoenergia Pernambuco, vai construir duas usinas solares no arquipélago — a primeira delas deverá entrar em funcionamento já neste mês. O Trilha Verde também colocou dezoito veículos elétricos nas ruas, que se somaram aos setenta que estavam circulando. Está prevista ainda a construção de doze eletropostos na ilha principal. A ideia é que os módulos de bateria entrem em operação definitiva até o fim de 2022. “Precisamos inserir mobilidade elétrica na ilha de forma decisiva, e isso se faz a partir da energia fotovoltaica”, diz Saulo Cabral, presidente da Neoenergia Pernambuco.

arte noronha

Continua após a publicidade

O programa terá o mérito de servir de inspiração para os demais estados brasileiros. “A existência de planos e projetos estruturados e coesos pode definir uma base a partir da qual outras cidades passarão a buscar um futuro melhor”, diz Vinícius Picanço Rodrigues, professor de sustentabilidade do Insper. “Atualmente, as ações nesse sentido costumam ser pontuais, o que não representa um avanço muito significativo.”

Classificado pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade, Fernando de Noronha abriga uma vasta biodiversidade que o instala em lugar de destaque na prática do ecoturismo. O Parque Nacional Marinho, que abrange 70% do arquipélago, abriga 230 espécies de peixes ornamentais, quinze espécies de corais e cinquenta espécies de aves terrestres e marinhas, residentes e migratórias. Por isso, preservar esse manancial, suas dezesseis praias e várias paisagens é também um imperativo econômico.

ESTOCOLMO - Ar puro: os habitantes emitem quantidades apenas residuais de gás carbônico -
ESTOCOLMO - Ar puro: os habitantes emitem quantidades apenas residuais de gás carbônico – (Vladislav Zolotov/Getty Images)
Continua após a publicidade

A descarbonização e a busca pela sustentabilidade são tendências mundiais. Na União Europeia, cerca de 100 cidades já se comprometeram a atingir a neutralidade de carbono até 2030. Em Estocolmo, capital da Suécia, os habitantes emitem quantidades apenas residuais de CO2, o que diminuiu significativamente o prejuízo à natureza. Nos Estados Unidos, a cidade de Ithaca ganhou prêmios internacionais por cortar o uso de combustíveis fósseis. É preciso que outras regiões sigam o exemplo e caminhem em direção a um mundo mais verde e saudável. O planeta agradece.

Publicado em VEJA de 6 de julho de 2022, edição nº 2796

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.