Até a última quinta-feira, os países presentes na 29ª Conferência do Clima da ONU (COP-29), no Azerbaijão, tentavam fechar o recurso destinado pelos países mais desenvolvidos a frear o aquecimento global, em US$ 1,3 trilhão. Trata-se de um recurso importante usado para promover a chamada justiça climática, onde países que poluem muito passam a investir em regiões do globo com populações mais vulneráveis e, portanto, mais expostos aos eventos extremos como enchentes, furacões e calor intenso. Além de mitigar os estragos, esse dinheiro tem o objetivo de ajudar no controle da devastação ambiental, entre outras frentes, que ajudam a diminuir a emissão de gases do efeito estufa. Nesta sexta-feira, 23, último dia das discussões, no entanto, o texto aprovado pelos países participantes do evento é um quinto menor do esperado: US$ 250 milhões.
Vale dizer que esse é o montante que vai financiar ações nos próximos dez anos. O documento destaca a necessidade de US$ 1,3 trilhão, mas aprova apenas US0 milhões. Durante a semana, houve várias manobras para tentar engrossar o grupo dos países pagadores. Entre elas, a possibilidade de promover a China à nação desenvolvida. Atualmente, ela é considerada “em desenvolvimento”. Pela regra, os mais ricos pagam e os pobres recebem. A principal missão dessa COP era justamente fechar um acordo financeiro mais significativo, uma vez que o tempo para impedir que a temperatura global ultrapasse 1,5ºC está se esgotando. Mas pelo jeito, ambientalista volta para casa com um gosto de decepção na boca e a certeza que o mundo ainda não acredita nos prejuízos do aquecimento global.
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