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Horta de projeto social pernambucano será destaque na conferência do clima

Telhado de um casarão histórico vira campo orgânico para produção anual de 1 tonelada de alimentos produzidos para atender população vulnerável

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 out 2024, 06h31 - Publicado em 25 out 2024, 01h42

 Localizada em um casarão histórico do bairro de São José, em Recife, o projeto social Comunidade dos Pequenos Profetas é conhecido na região pelo trabalho de combate à fome em comunidades vulneráveis e por promover práticas sustentáveis em um contexto urbano desafiador. Desde de 2016 também chama a atenção devido a uma horta que montou no telhado da casa. Batizado de Telhado Eco Produtivo, foi construído em um espaço de 400 m², em cima de uma estrutura de madeira certificada, com um sistema de irrigação por gotejamento, alimentado por painéis solares. De lá, saem verduras, ervas condimentares e hortaliças, que geram uma produção anual estimada em meia tonelada de alimentos.

Sucesso regional, a obra verde vai ganhar fama internacional. Em novembro, será destaque da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), o maior evento do mundo sobre mudanças climáticas, que acontece em Baku, no Azerbaijão. O projeto chegou tão longe graças a curiosidade do fotógrafo alemão Hans von Manteuffel, que ao visitar a sede, registrou com suas lentes o telhado verde da casa.  Depois inscreveu a imagem no concurso da ONU, sobre transformação urbana.A foto foi uma das três selecionadas por ser um modelo de sustentabilidade, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A motivação

A horta da Comunidade dos Pequenos Profetas nasceu de uma necessidade urgente de fornecer alimentos saudáveis para crianças e famílias em situação de vulnerabilidade social. O projeto foi idealizado para maximizar o uso do espaço urbano, ao converter o telhado da sede da organização em um terreno fértil para o cultivo. Com o apoio de voluntários e especialistas em agroecologia, o espaço virou um jardim produtivo, mantido com técnicas de agricultura orgânica e compostagem.

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A iniciativa promove não apenas a segurança alimentar, mas também a educação ambiental. Crianças e adolescentes atendidos pela comunidade participam ativamente do processo. Aprendem sobre o ciclo da natureza, o valor da sustentabilidade e o impacto positivo das práticas agrícolas urbanas. Essas atividades educacionais reforçam o compromisso da organização com a transformação social por meio da inclusão e da capacitação.

Destaque na COP

Em 2024, a horta ganha destaque pelo reconhecimento a sua contribuição para a justiça climática e a inclusão social. Dar projeção a ela é uma forma de reforçar a ideia de que soluções locais podem ter impacto global significativo. As hortas urbanas, como a dos Pequenos Profetas, desempenham um papel crucial no enfrentamento da crise climática, especialmente em contextos urbanos densamente povoados e vulneráveis.

Ao receber atenção internacional, o projeto de Recife inspira outras cidades ao redor do mundo a replicar iniciativas semelhantes. Mostra a possibilidade de integrar práticas agrícolas em espaços urbanos e, ao mesmo tempo, transformar vidas. O modelo de telhados produtivos, em especial, é visto como uma solução promissora para maximizar o uso de espaços em grandes metrópoles, gerando benefícios tanto sociais quanto ambientais.

Uma Visão para o Futuro

O reconhecimento da horta dos Pequenos Profetas na COP 2024 é uma prova do poder das soluções de base comunitária para enfrentar os desafios globais. O projeto não só melhora a qualidade de vida das famílias atendidas pela comunidade, mas também serve como um modelo replicável de agricultura urbana sustentável, alinhado aos esforços internacionais para combater as mudanças climáticas.

À medida que o mundo busca soluções para a crise climática, projetos como o da Comunidade dos Pequenos Profetas mostram que a inovação social e ambiental pode, e deve, caminhar lado a lado. A horta é um exemplo claro de que, com criatividade, colaboração e compromisso, é possível plantar sementes de mudança — tanto no solo quanto no coração das pessoas.

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